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Saúde - 22/08/2025, 09:10 - Gabriel Freitas*

Apneia do sono: doença que acomete Frank Aguiar pode levar à morte

Interrupção da respiração durante a noite causa diversos problemas no corpo

Paciente no uso do CPAP
Paciente no uso do CPAP |  Foto: Reprodução/Internet

Frequentemente, vídeos de pessoas rocando são compartilhados nas redes sociais, como meme, e isso é motivo de riso pelos internautas. No entanto, a situação é bem séria já que o ronco pode significar apneia do sono, um distúrbio que, se não for tratado, pode levar à morte.

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De acordo com estudos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 72% da população brasileira convive com problemas relacionados ao sono. Já uma pesquisa realizada pelo Sergio Tufik, professor aposentado e especializado na saúde do sono, apontou que 32,9% da população paulistana tem apneia do sono.

A gravidade da situação aumenta com base no artigo do professor Victor Hugo Cardoso, que destaca os riscos do afetado pelo distúrbio, inclusive 'bater as botas'. Segundo a publicação, "pacientes com mais de trinta pausas respiratórias por hora têm índice alto de mortalidade. No Brasil, os números apontam um risco de 32% em um período de nove anos".

Com a intenção de explicar a gravidade, sintomas e os passos a serem tomados, o Portal Massa! bateu um papo com uma médica especialista que contou tudo sobre a apneia do sono. Além disso, a equipe de reportagem entrevistou o cantor e político Frank Aguiar, acometido pela doença e que contou tudo sobre o seu tratamento.

O que é a apneia do sono?

Especializada em Medicina do Sono pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e com 20 anos de atuação na área, a Dra. Andrea Barral explicou à reportagem, em miúdos, o que, de fato, é a apneia do sono.

"O ar passa pela via aérea superior para chegar aos pulmões. O ronco é o barulho do ar passando por uma via aérea estreita. Quando existe uma obstrução na via aérea superior, impossibilitando a passagem do ar, ocorre uma pausa na ventilação, que é a apneia do sono", detalhou a médica do Centro Médico CardioPulmonar e Polissonografia do Hospital São Rafael.

A dra. Andrea ainda continuou explicando os prejuízos que uma apneia do sono pode causar na saúde. "A apneia do sono grave não tratada pode levar a complicações cardiovasculares e metabólicas, ou seja, risco aumentado para hipertensão, arritmias, diabetes entre outros. A apneia do sono prejudica a qualidade do sono e, a curto prazo, o paciente pode ter consequências no dia seguinte, como cansaço, fadiga, irritabilidade, sonolência excessiva, alteração de memória, atenção e concentração".

Saiba como descobrir

Após perceber uma frequente dor de cabeça, mau humor, boca seca, impotência sexual, além dos diversos sintomas já citados anteriormente, é necessário seguir uma ordem de exames para diagnosticar, de fato, o distúrbio.

"Existem questionários para avaliar o risco de apneia, mas o diagnóstico de certeza é feito com o exame de polissonografia. A polissonografia tipo 1, com registro de inúmeras variáveis fisiológicas, incluindo o EEG, é o padrão ouro para o diagnóstico. Existe a polissonografia tipo 3, exame simplificado, com apenas 3 variáveis, exclusivo para investigar apneia, que pode ser realizado para confirmar uma forte suspeita clínica. Caso essa confirmação não ocorra, a investigação deve ser continuada com o exame tipo 1", explicou.

A médica ainda reforçou que "estudo estatístico, em população brasileira, mostra uma prevalência de 33% em adultos" para aparição em pacientes.

O tratamento posterior é feito individualmente, sendo conduzido pelo médico que acompanha o paciente.

Fui diagnosticado, e agora?

A doutora salienta para a necessidade de algumas mudanças comportamentais, como controle de peso, posição de dormir e, sempre que possível, prática regular de atividade física. Já em alguns casos, procedimentos cirúrgicos podem ajudar. Além disso, também existem tratamentos fonoaudiológico, ortodôntico e ventilação não invasiva.

Frank Aguiar e a apneia do sono

Em uma entrevista exclusiva ao Massa!, o cantor, compositor, multi-intrumentista e ex-deputado federal Frank Aguiar contou detalhadamente a sua relação com a apneia do sono e de como vive após o tratamento, que segue à risca em todo canto que passa.

"Foi uma verdadeira metamorfose na minha qualidade de vida. Antes, quando eu dormia, eu dava uma média de 53 apnéias por hora. Meu sono era interrompido, meu corpo não descansava, minha mente não oxigenava como deveria", contou.

Frank Aguiar, cantor e ex-deputado federal
Frank Aguiar, cantor e ex-deputado federal | Foto: Divulgação

CPAP: instrumento fundamental no tratamento

O cantor, de 54 anos, compartilhou o segredo para as mudanças drásticas em sua saúde: o aparelho CPAP (Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas), um dispositivo médico usado para tratar as obstruções do sono.

"Após eu comprar esse aparelho, o CPAP da Microsoft, eu passei a dar menos de uma apneia por hora. Ou seja, eu durmo e o meu cérebro fica muito bem oxigenado. Eu acordo pouquíssimas vezes para as minhas necessidades fisiológicas. Agora eu acordo descansado, revigorado, com energia para o dia. Minha pressão arterial está mais controlada", explicou.

O artista ainda destacou a parceria fiel com o aparelho em todo canto que vai. "Para onde eu vou, para as viagens, no avião, em casa, nos shows, eu estou usando, eu não abro mão dele, para mim foi o maior aliado para minha qualidade de vida".

Mensagem de coscientização

Frank Aguiar declarou ser um aliado na conscientização de mais pessoas e deixou uma mensagem para que sofre com a doença: "A apneia do sono é perigosa, silenciosa e pode levar à morte se não for tratada. Por isso, como formador de opinião, deixo aqui meu alerta: cuide do seu sono, cuide da sua vida".

*Sob supervisão do editor Jacson Brasil

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