
O que faria você deixar sua casa, família e até seu país para ir ao outro lado do mundo lutar em uma guerra? Para um jornalista, que pediu para ser identificado por seu codinome, Arcanjo, o senso de justiça e uma boa remuneração foram suficientes para sair de Salvador e lutar ao lado dos soldados ucranianos contra a Rússia. Ele conversou com o Portal Massa! e revelou suas motivações e sua rotina em um dos batalhões da Guarda Nacional Ucraniana.
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O ex-morador do bairro de Cajazeiras, de 31 anos, é formado em Jornalismo e serviu no Exército Brasileiro, nos anos de 2013 e 2014, em Salvador. Para Arcanjo, além da sua experiência e vocação, o senso de justiça pelos civis ucranianos mortos durante a guerra foi crucial para sua decisão.
“O que o exército russo faz, atacando áreas civis aqui, é caracterizado como crime de guerra e genocídio. Ele (Putin) comete crime de guerra, tanto que se ele pisar no Brasil, pro BRICS por exemplo, ele é preso”, afirmou.
Mas Arcanjo não esconde que uma boa remuneração e vários benefícios também lhe encheram os olhos. Plano de saúde, previdência social, passaporte internacional e um salário em dólar o fizeram se alistar e arriscar sua vida em terras internacionais.

“A remuneração é em dólar ou em grívnas, moeda local. A gente tá ganhando 126 mil grívnas, em base, e 195 mil, em combate, o que equivale a mais ou menos R$ 26 mil”, explicou.
Para os interessados, o jornalista também contou como chegou até lá. Para o alistamento, nada fora do comum: “O mesmo processo da PM”, chegou a comparar. Através do site oficial do alistamento militar ucraniano, ele se inscreveu, passou por investigação social, checagem de antecedentes criminais, exames de saúde e teste físico.

Rotina no quartel
O baiano diz que conta com um treinamento intensivo e muita preparação para uma batalha que já está acontecendo. Segundo o soteropolitano, seu pelotão deve ser integrado ao campo de batalha em até três meses.
Em seu perfil no Instagram, o soldado compartilha seu dia a dia com seus colegas de farda, os alertas emitidos pelas autoridades nas regiões de bombardeio e os treinos pesados para a preparação do corpo para a guerra.