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nova realidade - 27/06/2025, 15:52 - Da Redação

Brasileiras adiam maternidade e passam a ter menos filhos; entenda

Taxa de fecundidade cai para 1,55 filho por mulher; idade média ao engravidar sobe para 28,1 anos

Censo do IBGE aponta a maior queda em anos
Censo do IBGE aponta a maior queda em anos |  Foto: Reprodução/ Pexels

As brasileiras estão tendo menos filhos e adiando a maternidade. É o que mostram os dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (27).

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A taxa de fecundidade total caiu para 1,55 filho por mulher em idade reprodutiva (15 a 49 anos), o menor índice já registrado. Em 1960, a média era de 6,28 filhos por mulher e, desde então, o número vem diminuindo gradualmente.

Desde 2010, a taxa de fecundidade no Brasil está abaixo do nível de reposição populacional, estimado em 2,1 filhos por mulher — o que significa que, mantido esse ritmo, a população tende a diminuir ao longo do tempo.

Diferenças entre regiões

A queda na fecundidade é geral, mas com variações regionais. O Sudeste apresentou a menor taxa em 2022, com 1,41 filho por mulher, seguido pelo Sul (1,50) e Centro-Oeste (1,64).

O Nordeste ficou com 1,60, e o Norte, apesar de ainda ter a maior taxa do país (1,89), registrou forte redução — em 1960, essa região tinha uma média de 8,56 filhos por mulher.

Roraima é o único estado acima do nível de reposição, com 2,19 filhos por mulher. Amazonas (2,08) e Acre (1,90) vêm em seguida. Do outro lado, os menores índices foram registrados no Rio de Janeiro (1,35), Distrito Federal (1,38) e São Paulo (1,39).

Maternidade mais tardia

Outro dado relevante é o adiamento da maternidade. A idade média ao ter filhos subiu de 26,3 anos em 2000 para 28,1 anos em 2022. No Norte, essa média é a menor (27 anos), enquanto no Sudeste e Sul, a idade média chega a 28,7 anos.

O Distrito Federal lidera com a maior média de idade (29,3 anos), enquanto o Pará tem a menor (26,8 anos).

Mais mulheres chegam aos 50 anos sem filhos

O Censo também mostra que cresce o número de mulheres que chegam aos 50 anos sem ter filhos. Em 2000, esse grupo representava 10% da população feminina entre 50 e 59 anos.

Em 2022, esse índice chegou a 16,1%. No Sudeste, passou de 11% para 18%; no Norte, de 6,1% para 13,9%. O Rio de Janeiro lidera o ranking nacional, com 21% das mulheres nessa faixa etária sem filhos. Já o Tocantins tem o menor percentual: 11,8%.

Fecundidade por raça e etnia

As mulheres indígenas apresentam a maior taxa de fecundidade entre os grupos raciais, com 2,84 filhos por mulher — acima do nível de reposição populacional. As pardas e pretas têm, em média, 1,7 e 1,6 filhos, respectivamente. Já as brancas (1,4) e amarelas (1,2) estão bem abaixo da média nacional.

Quanto à idade média da maternidade, mulheres brancas têm filhos mais tarde (29 anos), enquanto pardas (27,6) e pretas (27,8) têm filhos mais jovens.

Religião e número de filhos

A religião também influencia a fecundidade. Entre os principais grupos religiosos, as mulheres evangélicas têm a maior taxa, com 1,74 filho por mulher. Espíritas apresentam a menor (1,01), seguidas por mulheres que seguem religiões como umbanda e candomblé (1,25).

Pesquisadores destacam, no entanto, que outros fatores como renda, escolaridade e acesso à informação também interferem no número de filhos, tornando difícil isolar o efeito exclusivo da religião.

Escolaridade influencia maternidade

O nível de escolaridade tem relação direta com o número de filhos. Mulheres sem instrução ou com fundamental incompleto têm média de 2,01 filhos. Aquelas com ensino superior completo têm, em média, apenas 1,19.

A idade ao engravidar também varia conforme o grau de escolaridade. Mulheres com menos estudos têm filhos, em média, aos 26,7 anos. Já entre as com curso superior completo, a média é de 30,7 anos.

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