Sair de casa ou do batalhão para combater a criminalidade é uma tarefa que requer foco e dedicação. Apesar destes dois fatores fazerem parte da rotina diária de policiais, o índice de agentes atingidos por disparos de arma de fogo foi alarmante no mês de agosto deste ano. Dados do Instituto Fogo Cruzado apontam que sete foram baleados, dos quais três morreram.
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O recorte indica que seis eram policiais militares, enquanto um era civil. Esse número reflete o maior registro feito pelo instituto desde o começo de 2024. Quatro dessas vítimas estavam em serviço, e uma delas faleceu.
A mais recente atende pelo nome de Altair Oliveira da Silva, de 41 anos, que recebeu ao menos três tiros no peito. O homicídio aconteceu no bairro do Uruguai.
Diante do alarmante índice criminoso, a coordenadora regional do instituto, Tailane Muniz, ressalta, em entrevista ao Portal MASSA!, a urgência de investimento estadual em inteligência.
Uma polícia focada em confrontos e mortes é uma polícia cujos agentes estão também vulneráveis
“O número é elevado, sobretudo considerando agentes de segurança baleados fora de serviço - o maior número registrado pelo Fogo Cruzado desde o início do ano. Uma polícia focada em confrontos e mortes é uma polícia cujos agentes estão também vulneráveis, tanto dentro quanto fora do local de trabalho. O Estado precisa investir em inteligência em detrimento de ações de enfrentamento. Isso vai reduzir o número de agentes na linha de tiro, pois potenciais alvos da violência armada também são”, reflete.
Mudanças
Pelo menos 137 pessoas foram vítimas da violência armada em agosto, tanto em Salvador quanto na Região Metropolitana. Com os recortes definidos, Tailane entende que a política da corporação é “focada em confrontos”.
“A política da corporação é geralmente focada em confrontos e é muito difícil que o resultado não seja a alta letalidade. Os agentes de segurança operam sob uma lógica de tensão e pressão, portanto, pensar estratégias de inteligência é imprescindível. Em paralelo a isso, é preciso pensar políticas de proteção também desses trabalhadores”, reforça.
Tiroteios reduzidos
Os dados do Instituto Fogo Cruzado também mostram que 139 tiroteios foram registrados no oitavo mês do ano, sendo 61 em ações policiais. Dessa maneira houve redução de 5% nos casos, já que dos 186 tiroteios ocorridos no mesmo período em 2023, 64 aconteceram em ações das forças de segurança.
O Portal MASSA! procurou a Secretaria de Segurança Pública baiana para saber se existe um plano de ampliar a política de segurança dos colaboradores das corporações.
Por meio de nota, a pasta mencionou que no mês de agosto houve “investimentos na contratação de 3.500 novos policiais e bombeiros, na entrega de 101 novas estruturas entre Delegacias, Companhias, Núcleos e Pelotões, além da aquisição de equipamentos e tecnologias para ampliar o combate à violência”.
Questionada se existe um planejamento de combate para esta localidade, a Polícia Militar apenas sugeriu contato com a assessoria da SSP. Já a Polícia Civil não respondeu nenhuma das tentativas de contato da reportagem.
Confira a nota completa da SSP-BA:
“A Secretaria da Segurança Pública informa que o mês de agosto de 2024 registrou o menor número de mortes violentas dos últimos 12 anos, com uma redução de 34,5% dos homicídios, latrocínios e lesões dolosas seguidas de morte.
Ressalta também que na Bahia, as mortes violentas apresentaram reduções de 6% em 2023, e de 15% entre janeiro e agosto de 2024. Na capital baiana, este ano, os homicídios, latrocínios e lesões seguidas de mortes recuaram 17,3%.
Destaca ainda os investimentos na contratação de 3.500 novos policiais e bombeiros, na entrega de 101 novas estruturas entre Delegacias, Companhias, Núcleos e Pelotões, além da aquisição de equipamentos e tecnologias para ampliar o combate à violência.”
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