
A notícia de que um ex-prefeito baiano está sendo investigado por suspeita de participar de uma chacina que terminou com a morte de oito pessoas agitou as redes sociais de todo o estado neste fim de semana. Mas afinal, quem é o ex-gestor?
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Identificado como Gilmar Pereira Nogueira, de 52 anos, o ex-prefeito comandou a cidade de Itatim, localizada a cerca de 214 km de Salvador, por dois mandatos seguidos. Ele se candidatou pelo Partido Social Democrático (PSD) e ficou no poder entre os anos de 2013 e 2020.
Natural da cidade de Santa Terezinha, a 20 km de Itatim, ele se tornou uma figura popular e é conhecido pela população como “Tingão”. Atualmente, Gilmar Nogueira é delegado da Polícia Civil.

Patrimônio e popularidade
Durante as eleições de 2012, segundo os dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele declarou que era servidor público com aproximadamente R$ 261 mil em bens. Quatro anos depois, em 2016, quando se reelegeu, declarou exatos R$ 407.489,42.
Tingão também é popular nas redes sociais e tem mais de 14 mil seguidores em um dos seus perfis. Ele costuma fazer várias postagens e até publicou vídeos curtindo o São João da cidade, no mês passado.
O ex-prefeito tietou artistas como Léo Santana e Eduardo Costa durante a passagem deles pelos festejos juninos de Itatim.

A investigação policial
O ex-prefeito e delegado civil está sendo investigado por uma operação das forças policiais batizada de ‘Sangue Oculto’. Na sexta-feira (11), Gilmar teve um mandado de busca e apreensão cumpridos na casa e no trabalho dele, na Chapada Diamantina. Na ocasião, um celular e outros aparelhos eletrônicos foram confiscados.
A ação faz parte das apurações sobre um caso ocorrido em julho de 2023, em Itatim, quando oito pessoas, sendo elas duas mulheres e seis homens (três adolescentes), foram mortas durante uma abordagem da Rondesp Chapada.
No ano passado, o Ministério Público apontou indícios de execução e suspeita de que as evidências foram apagadas pelos PMs envolvidos.
Diante da repercussão do caso, Gilmar postou um vídeo em que diz estar “tranquilo” diante das acusações e afirma que “tudo será esclarecido”. Ele também declarou que vai provar que “agiu dentro da estrita legalidade” durante a operação policial.