
A megaoperação realizada pelas forças policiais nos Complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, iniciada na manhã da terça-feira (28), já ultrapassou o Massacre do Carandiru e se tornou a mais mortal da história do Brasil. O número de mortes já chega a mais de 130, segundo Defensoria Pública do estado fluminense.
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A ação foi promovida para combater os avanços da facção Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro, de acordo com o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), e começou logo cedo. Até o finzinho da noite de terça, o número de mortes, que havia sido divulgado, chegava a 64, sendo quatro policiais. O chefe do executivo estadual trata a ação como um "sucesso".

Durante a madrugada, moradores da Penha levaram ao menos 70 corpos da área de mata que separa os dois complexos e onde teve intenso tiroteio durante a operação. Os mortos foram colocados um ao lado do outro na praça São Lucas, onde os parentes faziam o reconhecimento.

Deixou o Massacre do Carandiru para trás
Enredo de filme, letra de música, pauta de debates sociológicos e até motivo para criação de uma facção, o Massacre do Carandiru, na Casa de Detenção, em São Paulo, em 2 de outubro de 1992, era, até então, a ação policial mais letal da história do país, com 111 mortos.
O episódio aconteceu depois de uma rebelião no Pavilhão 9 durante um 'baba'. A intervenção da Polícia Militar, liderada pelo coronel Ubiratan Guimarães, tinha como justificativa acalmar os ânimos. Até 2022, nenhum agente policial envolvido no massacre havia sido preso.
Relembre outras operações sanguinárias
No estado do Rio de Janeiro, já havia rolado outra operação barril em 2021, apesar de não chegar perto do número de mortos. Na comunidade do Jacarezinho em que 27 civis também foram 'derrubados' pela polícia.
Em Salvador, a polícia baiana também já realizou operações em que deixou muitos para trás. Em 2015, no bairro Cabula, 12 foram mortos. Já em Coutos, no Subúrbio, a mesma quantidade de pessoas também foram mortas.
