Um suposto caso de agressão está sob investigação da polícia, após uma mulher, de 53 anos, ter relatado que, antes da violência, foi acusada de furto dentro de uma loja de departamentos em um grande shopping de Salvador. Conforme a vítima, ela estava com a nota fiscal e entrou na loja com a meta de trocar peças de roupas com a sobrinha.
Toda a cena ocorreu dentro de uma loja da C&A do Shopping da Bahia, antigo Shopping Iguatemi, no último sábado, 7. A situação está em apuração, segundo comunicados da loja, tal qual do estabelecimento comercial.
Machucada no rosto e cercada do medo de sofrer represálias, a mulher optou por não se identificar.
"Eu estava com a peça para trocar, e minha sobrinha estava experimentando as roupas. Quando eu me aproximei, o segurança veio e nos acusou de roubo. Ele chamou outro segurança, e esse segurança disse que era policial, e nos levou para a doca. Ao fechar a porta da doca, ele já me deu um murro no ouvido. Em seguida, ele me deu mais dois murros no abdômen perguntando pela roupa", relatou ela, em entrevista ao Bahia Meio Dia, da TV Bahia.
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Após agredir a mulher, o possível segurança, que disse ser um policial, subtraiu o saco com as roupas a serem trocadas e ‘levou’. O homem ainda chegou a fazer uma ameaça acompanhada de estupro contra a adolescente de 17 anos, sobrinha da vítima.
"O saco estava com as roupas já pagas, que eu ia trocar. Ele não me devolveu. Aí ele voltou a me bater, disse que a minha sobrinha era p***, xingou ela de vários nomes, ameaçou e perguntou se minha sobrinha era virgem – porque se fosse, ele ia levar ela para a DAI (Delegacia do Adolescente Infrator), para ‘ela virar mulher’", detalhou.
Questionada pelo Portal Massa!, a Polícia Civil garantiu que a prática citada pelo suposto segurança não é feita em qualquer das unidades policiais. Além disso, acrescentou que a DAI obedece ao Estatuto da Criança e do Adolescente, bem como às demais leis.
Além disso, a vítima acrescentou que as ações duraram cerca de duas horas e que, em um determinado momento, precisou implorar para que os supostos seguranças não agredisse a sobrinha dela, que possui Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e tem aspectos do espectro autista.
Após três dias das agressões, a mulher continua com os olhos machucados. Depois de liberar tia e sobrinha, as duas receberam orientação de outra pessoa para acionar a delegacia.
"Quando ele liberou a gente, um funcionário do shopping me chamou e disse: ‘senhora, vá para a delegacia dar queixa [boletim de ocorrência], porque eles estão acostumados a bater, tem muita gente aqui dentro, e nenhum deles são policiais'”, contou ao Bahia Meio Dia.