
O Ministério Público da Bahia (MPBA) apertou o cerco contra o maior esquema de tráfico de aves silvestres do país. O grupo, liderado por Weber Sena de Oliveira, vulgo ‘Paulista’, foi denunciado junto com outras 23 pessoas por integrar uma rede que movimentava um dinheiro pesado com a venda ilegal dos pássaros.
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A história ganhou força depois de uma blitz na BR-101, em Itabuna, no início do ano, quando Paulista foi pego com 135 aves dentro do carro. A partir dali, as investigações do Gaeco e de Promotorias Ambientais escancararam a dimensão da quadrilha, que agia principalmente na Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Paulista tem uma longa ficha de crimes ambientais desde 2008. Apesar de ter sido detido várias vezes, o criminoso raramente permanecia preso por muito tempo e seguia alimentando a rede de tráfico de aves silvestres.

Rede milionária
O esquema incluía fornecedores, transportadores, receptadores e até uma operadora financeira, a companheira de Paulista, Ivonice Silva. Em apenas seis meses, segundo o MP, as contas dela movimentaram quase R$ 500 mil, dinheiro vindo da venda de ‘encomendas’ que chegavam a passar de mil pássaros por viagem.
As aves eram capturadas com redes gigantes e mantidas em cativeiros improvisados, em condições precárias. Muitos dos bichos não resistiam ao transporte. Entre as espécies exploradas estavam papa-capim, trinca-ferro, azulão e até pássaros ameaçados de extinção, com as vendas podendo passar de até R$ 80 mil.
Operação Fauna Protegida
As denúncias surgem após a segunda fase da Operação Fauna Protegida, deflagrada no fim de outubro. A ação conjunta envolveu órgãos da Bahia, Minas e Rio de Janeiro, cumpriu mandados de prisão e busca em vários municípios e resultou em novas apreensões e prisões em flagrante.
Organizações criminosas como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) têm investido no comércio ilegal de aves, já que o risco é menor e as penas são mais brandas.
