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REPROVAÇÃO TOTAL - 11/07/2025, 09:30 - Bruno Dias

Investigação quebra 'alfabetização' do CV no Nordeste de Amaralina

Borel, da facção criminosa, tentou a sorte e viu bicho

Uma das fases da Operação Circuito Fechado aconteceu no Nordeste de Amaralina
Uma das fases da Operação Circuito Fechado aconteceu no Nordeste de Amaralina |  Foto: Alberto Maraux/SSP

Cinco criminosos de alta periculosidade foram jogados no xilindró durante uma das ações da Operação Circuito Fechado, no Nordeste de Amaralina, deflagrada nesta quinta-feira (10), e que segue em atividade nas próximas semanas. Os bandidos eram soldados dos chamados bondes - grupos armados formados, com base em ensinamentos e 'alfabetização' para cada indivíduo, para invadir e atacar áreas dominadas por facções rivais.

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De acordo com apuração do Portal MASSA!, os cinco mandados de prisão expedidos em Salvador e em Lauro de Freitas, que culminaram na morte do ‘cabeça cara’, Nicolas de Jesus Andrade, de vulgo 'Borel', deram um baque no Comando Vermelho (CV), quadrilha à qual os investigados são ligados.

Além dele, a reportagem descobriu que quatro dos cinco elementos capturados no Nordeste se chamam Icaro, Alexandro, Carlos Levi, vulgo ‘Tarzan’, e um quinto membro cuja identidade ainda é mistério. Dois desses indivíduos resistiram à prisão, com um deles chegando a ameaçar uma família de morte caso os policiais avançassem.

Em entrevista exclusiva ao MASSA!, o coordenador da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO/BA), Eduardo Badaró, explicou como se deu esse momento de tensão até a rendição do suspeito.

“Durante o cumprimento desses mandados, um dos indivíduos foi encontrado dentro da residência, mas ele conseguiu fugir pelos fundos da casa. A gente cercou, tentou acompanhar e ele entrou numa outra residência que tinha uma família. Ele fez essa família de refém, com arma de fogo, ameaçando matar os familiares caso a polícia permanecesse ali”, iniciou.

Coordenador da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO/BA), Eduardo Badaró
Coordenador da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO/BA), Eduardo Badaró | Foto: Bruno Dias / Ag. A TARDE

“Foi levado até lá o negociador do BOPE, especializado já para esse tipo de crise, e a situação foi resolvida. O criminoso se entregou, foi cumprido o mandado de prisão e ele foi levado pra delegacia”, concluiu ele, que também citou outro confronto na região durante o cumprimento de um dos mandados.

Apesar de fazerem parte de uma facção de matriz carioca, os homens presos são baianos - que por vezes buscam conhecimentos de outros estados, como Rio de Janeiro - e possuem ficha extensa no mundo do crime em várias áreas da capital, o que reforçou a busca da polícia. Algumas das infrações são: organização criminosa, porte de arma, homicídio, sequestro e outros.

“Todos esses indivíduos são de alta periculosidade e já tinham sido presos anteriormente. Já tinham crimes no seu antecedente criminal. Principalmente esses alcançados hoje”, pontuou Badaró.

No detalhe

O processo para alcançar esses bondes criminosos não acontece da noite para o dia. Segundo Badaró, apurações e trabalhos de inteligência são feitos a longo prazo até estabelecer uma data certa para agir nas ruas e botar a ‘mão na massa’.

Aspas

Foi uma investigação de mais de seis meses que a gente desenrolou e obteve dados suficientes para o mandado de prisão

“A gente identificou que estava tendo muita ocorrência de bondes, e a gente procurou identificar esses indivíduos, principalmente os diretamente envolvidos nesses ataques. Se investiga de todas as formas: tem investigação, vigilância, acompanhamento, identificação visual e outras provas que eu não posso falar agora por causa do sigilo da investigação”, explicou.

Afinal, o que realmente são bondes?

Termo usado na gíria baiana para descrever um grupo de pessoas unidas, os ‘bondes’ são usados pela polícia para nominar os subgrupos de organizações criminosas, com o objetivo de tocar o terror em bairros rivais, a mando de cada líder.

“Os conhecidos bondes, que são esses grupos armados que saem de um bairro para outro, para atacar principalmente bairros rivais, grupos rivais. Então, são indivíduos de alta periculosidade, que têm aquela coragem, a iniciativa de atacar mesmo de forma violenta. E que a gente, às vezes, vê são imagens dos tiroteios. Eles saem atirando mesmo tentando atingir um adversário da facção, outro criminoso, acabam também atingindo inocentes e causam terror, pânico na sociedade, na nossa população baiana”, explicou.

Desenrolar da Operação Circuito Fechado

A partir da prisão dos bandidos e dos materiais apreendidos nas missões, as forças policiais seguem ‘trampando’ para identificar outros envolvidos e levá-los para trás das grades. De acordo com Badaró, a operação seguirá até, ao menos, o fim deste mês.

“A investigação não acabou. Todo mandado de busca que a gente cumpriu, ali dentro a gente coletou dados, coletou informações, e essas informações vão ter que ser trabalhadas na própria investigação pra gente expandir. Com certeza vamos localizar outros indivíduos, vamos qualificar outros indivíduos e vamos prendê-los também”, finalizou.

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