A Yalorixá Maria Bernadete Pacífico foi assassinada na noite de quinta-feira (17), dentro de um terreiro no Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, região Metropolitana de Salvador. Para o filho mais velho dela, Wellington, “o crime foi de mando” e está ligado ao assassinato do irmão dele, Flavio Gabriel Pacífico dos Santos, mais conhecido como Binho do Quilombo, em 2017.
“Foi um crime de mando. Se quiser elucidar, basta elucidar o primeiro, contra Binho do Quilombo. Tem câmera de segurança mostrando o rosto do assassino. Tem o flagra dele no pedágio. Tem tudo. Peço ao governador Jerônimo Rodrigues e ao ministro Flavio Dino [da Justiça e Segurança] que elucidem esse crime porque estão dizimando a minha família”, desabafou em entrevista à reportagem da TV Bahia.
“Percebo que há uma perseguição à minha família. Porque não é fácil viver em uma comunidade quilombola. Ajudar pessoas incomoda as elites. Meu irmão conseguiu levar luz elétrica ao quilombo e nem viu a instalação porque foi brutalmente assassinado. Agora perdi minha mãe dessa maneira. Descarregaram uma pistola no rosto dela. Como é que uma pessoa faz isso com uma idosa, com três netos dentro da casa?”, questionou.
Wellington relatou ainda que estaria na casa da mãe no momento do crime, mas a visita foi impedida. “Minha última conversa com ela foi um pedido para levar para ela uma [garrafa] térmica. Como choveu, falei que levaria hoje. Depois só recebi a ligação anunciado a tragédia.”
O assassinato de Binho do Quilombo, aos 36 anos, segue sem solução. Foi alvejado após deixar um dos três filhos na escola. A suspeita é que o assassinato tenha sido motivado por disputas territoriais nas terras do quilombo Pitanga dos Palmares, região metropolitana de Salvador, onde Binho representava uma das lideranças mais ativas.
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