
Uma fábrica em Santa Bárbara d’Oeste, no interior de São Paulo, foi apontada como a principal produtora de armamentos de alto calibre para integrantes da facção Comando Vermelho (CV). Descoberta pela Polícia Federal (PF) em agosto, o local tinha capacidade para produzir cerca de dez fuzis por dia.
Segundo informações divulgadas no laudo técnico da polícia, divulgado em novembro, o espaço possuía estrutura com alto padrão de linha de montagem, chegando a produção de 3500 armamentos por ano, caso funcionasse regularmente.
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Com fachada fictícia da empresa Kondor Fly, o galpão contava com equipamentos de qualidade para a produção, tais como centros de usinagem de Controle Numérico Computadorizado (CNC), tornos de alta precisão, fresadoras digitais e estações de acabamento.
A PF também encontrou outros materiais usados na fabricação de fuzis e pistolas, tais como blocos de aço 4140 e alumínio 7075. O laudo ainda aponta que os armamentos eram vendidos por valores entre R$ 12 mil e R$ 18 mil, para clientes de estados como Rio de Janeiro e Goiás.
Megaoperação no Rio de Janeiro
A megaoperação do Rio de Janeiro também contribuiu para o segmento das investigações. Durante a prisão e morte de suspeitos, a polícia apreendeu ao menos 91 armas de alto calibre, que possivelmente eram transportadas de São Paulo para o Complexo do Alemão, através da fábrica.
Ao todo, cerca de 121 pessoas morreram durante a ação, sendo 4 policiais e 117 civis. Essa foi a maior operação realizada pelo governo do Rio de Janeiro, dividindo opiniões nas redes sociais e na mídia.
