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Novos relatos! - 04/05/2023, 10:45 - Da Redação - Atualizado em 04/05/2023, 12:08

Excluviso! Novas acusações contra PMs na Micareta vêm à tona

Vítimas estão abaladas e pedem punição rigorosa com a perda da farda

Vítimas relatam agressões de PMs
Vítimas relatam agressões de PMs |  Foto: Shirley Stolze / Ag A Tarde/ TV Clube/Ilustração

Xingamentos, empurrões, tapa na cara e golpes de cassetetes transformaram a festa de duas folionas em um verdadeiro show de horror protagonizado por policiais militares na Micareta de Feira 2023. Após uma semana do ocorrido, as imagens da selvageria de PMs continuam vivas e seguem atormentando o psicológico das vítimas.

Em exclusividade ao Portal Massa!, uma das vítimas - que pediu para não ser identificada - relatou que estava apresentando para sobrinha a Micareta de Feira quando foi surpreendida por um tapa no rosto dado por uma pfem durante a passagem do Polêmico. A outra vítima, a vendedora ambulante Natália Caroline Oliveira da Silva, de 33 anos, foi surpreendida com golpes de cassetetes dados por um militar e uma pfem durante a passagem de Oh Kannalha. E o que elas têm em comum? São mulheres negras agredidas em shows de artistas negros que são queridos nas comunidades.

Pfem dá tapa na cara!

"Uma pfem me empurrou três vezes. Depois outro policial veio em minha direção, apontando o dedo em minha face, dizendo que se eu dançasse aquele tipo de música [de Oh Polêmico] iria quebrar a minha cara. Eu perguntei para minha sobrinha se era aquilo que eu tinha escutado. Em seguida, a pfem me deu um tapa na face. Eles ficaram esperando uma reação minha para que eles agissem com mais violência. Eu resolvi olhar para o nada e eles foram embora", relatou a fonte que não quis se identificar.

Racismo contra bloco que arrasta a comunidade?

Em seguida, a vítima afirmou que a violência policial sofrida por ela e outras pessoas foi fruto do preconceito e racismo. "[Para eles], quem vai atrás de trio de pagode é uma pessoa negra, sem instrução, pobre, morador da periferia que é marginalizada. Então eles descem o sarrafo nesse público porque não dá em nada, matar preto não dá nada", desabafou, afirmando que a PM não agiu da mesma forma em bloco de pessoas brancas, como o de Claudia Leitte.

'Punição pesada, por favor!'

Por fim, a fonte afirmou que os envolvidos precisam perder a farda. "Deveria existir um projeto de lei onde o PM que cometesse esse tipo de crime por mais de uma vez perdesse a estabilidade no concurso público, sendo tirado da corporação maus policiais", completou.

Segunda vítima

'Quem me garante segurança?'

Já Natália Caroline revelou que conversou com o Coronel Adalberto Piton, responsável pelo Comando de Policiamento Regional Leste (CPRL), sobre as agressões sofridas durante a Micareta, porém apesar do apoio obtido, teme por represálias. "Eu estou com medo, apreensiva, pedindo segurança, porém não vou parar. O Coronel Piton falou que era para eu ficar tranquila, que não ia acontecer nada, que os policiais não estavam loucos de tocar a mão em mim, mas mesmo assim a gente não confia. Outro policial me deu 90% de certeza que não iria acontecer nada, mas e o 10%? Eu não me sinto segura", afirmou.

Criança com medo da polícia

Em seguida, a vendedora ambulante desabafou que seu filho desenvolveu trauma da polícia após ela ser agredida. "Estou bastante deprimida e sentida, principalmente pelo meu filho de 5 anos que diz ter medo da polícia. Eu estou debilitada, sentindo dores nas costas e com hematomas." Por fim, Natália afirmou que viveu outro momento de apreensão após o episódio na Micareta. Ela contou que estava trabalhando em uma festa quando foi apontada por policiais militares como 'a menina do vídeo' e alguns chegaram a dar risada dela.

ALBA acompanha das investigações

Em conversa com a nossa reportagem, o Deputado Estadual Pablo Roberto (PSDB), da Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública, demonstrou solidariedade para com as vítimas e avaliou a atuação dos PMs envolvidos nos casos de violência. "Foram casos que deixaram a nós e a toda a população feirense, que brincou a Micareta, com um sentimento de revolta. Vimos muitos policiais nas ruas, fazendo o seu trabalho da forma como tem que ser, protegendo o folião, mas, infelizmente, alguns desses (que não representam toda a corporação, é importante ressaltar), abusaram do poder, o que culminou nesses casos que repercutiram, alguns até graves, com paciente internado até hoje no Hospital Clériston Andrade, por conta de agressões gratuitas por parte da polícia", afirmou.

Bate-papo com o secretário de segurança pública

Em seguida, o parlamentar falou sobre a reunião com o secretário estadual da segurança pública, Marcelo Werner, onde foram abordadas as denúncias de violência na folia fora de época. "O secretário mostrou-se sensível quanto a esses casos, são casos que já estão sendo apurados, e nos foi assegurado que eventuais excessos serão investigados e, se confirmadas as agressões abusivas, serão punidos", afirmou.

As vítimas não estão sozinhas!

Por fim, o deputado Estadual Pablo Roberto informou que está acolhendo, ouvindo e disponibilizando o espaço na Assembleia Legislativa da Bahia para que elas tenham "direitos assegurados e os males minimizados". Além disso, Natália e a outra vítima estão sendo amparadas pelo Centro de Referência da Mulher Maria Quitéria (CRMQ), em Feira de Santana, que faz parte da rede de equipamentos de enfrentamento à violência contra mulher.

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