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Barril! - 03/07/2025, 22:57 - Da Redação - Atualizado em 03/07/2025, 23:08

Ex-diretora de presídio teria relação amorosa com chefão do crime

Joneuma Silva Neres é acusada de facilitar fuga no Conjunto Penal

Joneuma era diretora do presídio de Eunápolis
Joneuma era diretora do presídio de Eunápolis |  Foto: Reprodução

A segurança do Conjunto Penal de Eunápolis, no extremo sul da Bahia, foi colocada em xeque após a fuga cinematográfica de 16 presos, no dia 12 de dezembro de 2024. Quase sete meses depois, investigações apontam que a então diretora do presídio, Joneuma Silva Neres, de 33 anos, teve participação direta na organização da escapada. Além dela, outras 17 pessoas foram indiciadas pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), entre funcionários e envolvidos ligados ao crime organizado.

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Segundo os autos do processo, obtidos pela TV Bahia, Joneuma, que foi a primeira mulher a ocupar o cargo de diretora no sistema prisional baiano, concedia regalias aos presos, permitia visitas sem fiscalização e, de acordo com depoimentos, manteve um relacionamento íntimo com Ednaldo Pereira de Souza, conhecido como Dadá, iclusive com relações sexuais dentro da unidade prisional. Dadá é apontado como o ‘coroa’ de uma facção criminosa com ligações no Rio de Janeiro.

As investigações mostram que Joneuma autorizou a entrada de roupas, eletrodomésticos e outros itens proibidos na unidade, além de encontros privados com Dadá, realizados em salas do presídio sem qualquer supervisão. Para os investigadores, essa relação próxima foi determinante para que o grupo liderado por Dadá organizasse a fuga.

Como aconteceu a fuga em massa

A fuga ocorreu após os detentos receberem uma furadeira e abrirem um buraco no teto de uma das celas, operação que durou dias sem ação imediata da direção do presídio. De acordo com o então coordenador de segurança da unidade, Wellington Oliveira Sousa, preso junto com Joneuma, a ordem para confiscar a ferramenta só foi dada dois dias depois de os barulhos serem ouvidos.

No dia da fuga, quatro SUVs e homens fortemente armados aguardavam os presos do lado de fora do Conjunto Penal de Eunápolis. Segundo as investigações, a operação foi coordenada por Dadá, que escapou junto com seus comparsas e se refugiou no Rio de Janeiro. Até agora, apenas um dos fugitivos foi localizado, morto em confronto com a polícia em janeiro deste ano.

Conjunto Penal de Eunápolis
Conjunto Penal de Eunápolis | Foto: Divulgação/SEAP

Prisão e acusações

Joneuma foi presa em 24 de janeiro deste ano, grávida, e teve o bebê enquanto estava custodiada. Segundo a polícia, há indícios de que a ex-diretora teria recebido até R$ 1,5 milhão como pagamento da facção criminosa pela facilitação da fuga. Sua defesa nega qualquer envolvimento, assim como a existência de relacionamento com Dadá.

A ex-diretora também moveu um processo contra o ex-deputado federal Uldurico Alencar Pinto, alegando que ele é pai de seu filho recém-nascido. Uldurico nega e diz estar disposto a fazer teste de DNA.

Presídio reforçado e nova gestão

Após a fuga, a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) pediu reforço da Força Penal Nacional, que passou a atuar na unidade a partir de maio. A situação no presídio se agravou ainda mais após um atentado em 20 de maio contra o novo diretor, Jorge Magno Alves, que endureceu as regras na penitenciária. O diretor escapou do ataque, mas um servidor ficou gravemente ferido.

Em nota para à TV Bahia, a Seap afirmou que contribuiu com as investigações e não compactua com privilégios concedidos a detentos, além de garantir que medidas estão sendo adotadas para restaurar a ordem e prevenir novos episódios como o de dezembro.

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