Joneuma Silva Neres, ex-diretora do presídio de Eunápolis, presa na quinta-feira (23), passará por audiência de custódia na tarde desta sexta-feira (24), a partir das 13h, quando seu futuro será decidido. Ela é suspeita de fechar com a facção criminosa PCE e facilitar a fuga dos 16 detentos da unidade prisional em dezembro do ano passado.
Leia mais:
Ex-diretora de presídio presa na Bahia 'abraçou' oportunidades; entenda
1ª mulher a assumir um presídio na Bahia: conheça a ex-diretora presa por facilitar fuga
Fujão de presídio na Bahia cai por terra em confronto com a polícia
Em contato com a reportagem do Portal MASSA!, o advogado criminalista Alisson Monteiro explicou que a mulher deve responder pelos crimes de participação em organização criminosa e corrupção. Segundo ele, dependendo da decisão do juiz, ela pode enfrentar uma pena "barril", além da perda da função pública.
Veja:
- Corrupção passiva: 2 a 12 anos;
- Organização criminosa: 5 a 10 anos.
Após ser conduzida à unidade policial, Joneuma foi submetida a exame pericial e será transferida ainda hoje para o Conjunto Penal de Teixeira de Freitas. A investigação segue em andamento.
Ela não é a primeira
Apesar de ser a primeira mulher a ocupar o cargo de diretora de um presídio masculino na Bahia, ela não foi a primeira a se dar mal por envolvimento em atividades criminosas.
Em meados de 2024, um ex-diretor de um conjunto penal na região de Brumado, Bahia, foi denunciado pelo Ministério Público estadual por casos de tortura dentro da unidade. Além dele, a diretora adjunta e outros quatro servidores públicos também foram investigados.
De acordo com o MP, os servidores teriam disparado balas de borracha contra um detento, usado spray de gengibre em seu rosto e o agredido com chutes, cotoveladas e pontapés.
Outro caso de um ex-diretor punido ocorreu em 2023, em São Paulo. Na ocasião, José Antônio Rodrigues Filho, ex-diretor do Centro de Ressocialização de Araçatuba, foi condenado por transferir os presos de unidade em troca de relações sexuais.
O homem foi sentenciado a perder a função pública e os direitos políticos por seis anos, além de ser multado em cerca de R$ 84 mil.
Policiais baianos condenados
Além dos diretores, policiais militares também integram a lista de oficiais condenados. Exemplo disso foi o 'bonde' de PM's condenados em setembro de 2024 por sequestro, tortura e roubo ocorridos em 2019, no bairro de Fazenda Coutos, em Salvador.
Os envolvidos foram presos, perderam seus cargos públicos e ficaram interditados de exercer funções públicas por um período equivalente ao dobro de suas penas.
Outro caso ocorreu em 9 de janeiro deste ano, quando um policial militar da Bahia foi preso em Curitiba. Ele é suspeito de integrar uma organização criminosa envolvida em extorsões mediante sequestro, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.