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INTOLERÁVEL - 13/10/2023, 19:17 - Pedro Moraes

Estudantes vivem em caos com criminalidade perto de universidade

Relatos de estudantes ao Portal MASSA! revelam ações recorrentes de criminosos

Relatos de estudantes ao Portal MASSA! revelam ações recorrentes de criminosos
Relatos de estudantes ao Portal MASSA! revelam ações recorrentes de criminosos |  Foto: Montagem Portal MASSA!//Leitor Portal MASSA!//Reprodução/Google Street View

Projetos de vida, sonhos e dedicação têm dado lugar ao medo e à apreensão. Estudantes da Universidade Federal da Bahia (UFBA) sofrem, há muito tempo, aquilo que conhecemos por insegurança pública. Embora não seja uma novidade os casos de criminalidade nas redondezas do campus localizado no Vale do Canela, na cidade de Salvador, a continuidade dessa calamidade pública agoniza o dia a dia de vários alunos.

Um dos pontos críticos é a escadaria do viaduto, que liga a ladeira do Ambulatório Magalhães Neto e o Hospital das Clínicas com a creche da universidade, que dá acesso à lateral do Instituto de Ciências da Saúde. Localidade apontada como ‘parque de diversões’ para os bandidos, que sabem como chegar e sair na tranquilidade.

Integrante de um grupo diversificado de alunos dos cursos da universidade no WhatsApp, Natalie Nogueira, 26 anos, estudante do 12° semestre de Medicina, revelou que as queixas de assaltos têm se tornado constantes há cerca de dois meses.

“Todos ao redor do campus do Canela. Teve uma época, acho que em duas semanas seguidas, todos os dias houve assalto na escada que desce do viaduto em direção ao Instituto de Ciências da Saúde. Todos os dias, entre 6h30 e 7h, era a mesma pessoa assaltando”, contou em entrevista ao Portal MASSA!.

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Uma das vítimas, um estudante, que não teve a identidade divulgada, chegou a ser ameaçado, em um assalto posterior, por ter sido alvo antes e entregado as características do meliante à polícia.

“Já pegaram um assaltante aqui na reitoria em um dia, no outro seguinte, também houve um assalto dentro do estacionamento do Hospital Universitário, perto da faculdade de Enfermagem. É uma situação preocupante, que a gente já vem alertando às autoridades, mas nada tem sido feito. Não nos sentimos seguros em nada”, lamentou.

Alvo no dia 3 de setembro deste ano, um aluno, identificado como Gabriel, saia do Hospital das Clínicas, a caminho do Campo Grande, quando foi surpreendido por um rapaz. O homem, portando uma faca, levou o celular e dinheiro dele.

Segundo a vítima, o indivíduo foi identificado e localizado com ajuda da Polícia Militar, e ele teve os pertences recuperados. Ainda assim, desde o começo do atual semestre, houve mais de 20 casos de furtos e roubos aos alunos.

Aspas

“É possível que soluções, como a instalação de câmeras, visto que a maioria dos assaltos acontecem no mesmo lugar, coiba a ação, e mais policiamento, com certeza, ajuda", indicou ao Portal MASSA!.

“É possível que soluções, como a instalação de câmeras, visto que a maioria dos assaltos acontecem no mesmo lugar, coiba a ação, e mais policiamento, com certeza, ajuda. Até porque a abordagem está se tornando cada vez mais violenta. Se nada for feito, a situação pode acontecer logo logo é uma tragédia”, indicou ao Portal MASSA!.

Outros relatos

Na semana passada, uma estudante do curso de farmácia foi assaltada no ponto de ônibus em frente a Faculdade de Medicina. O suspeito, segundo ela, estava armado e, rapidamente, levou os pertences.

“Também teve um colega de medicina que foi assaltado, por dois caras, na escada do viaduto, levou uns 3 socos e perdeu o celular. E, aparentemente, esses mesmos caras assaltaram outra pessoa um pouco depois na ladeira do Ambulatório Magalhães Neto”, comentou uma aluna, identificada pelas iniciais E.C, também aluna do curso de Medicina.

A sensação de insegurança também consome Maria Fernanda, de 21 anos de idade. A estudante do 1.º semestre de fisioterapia está na UFBA há um ano. Segundo ela, as idas e voltas da faculdade são de total medo.

"O cenário que se encontra o campus do Canela é de muita insegurança e descaso com os estudantes. A quantidade de assaltos constantes e sem providências tomadas, torna um ambiente perigoso para estudantes e servidores. Vou a faculdade sempre com medo do que pode acontecer, escadarias sem nenhuma segurança e que são de fácil acesso e escape dos assaltantes", abriu o jogo.

Isabela Vilela, de 26 anos, compartilha a tensão e medo que ela passa na região. Natural do interior de São Paulo, ela chegou em Salvador com o sonho de cursar medicina, após ser aprovada no vestibular em 2017.

Aspas

"O reitor/diretor não se mobilizaram efetivamente para tomar alguma medida em relação a segurança dos estudantes", alegou Isabela Vilela.

"Está cada dia mais difícil, recorrentemente recebemos relatos [de assaltos] de amigos e colegas. De uns tempos pra cá, tem sido cada vez mais frequente assaltos associados com bastante violência. O reitor/diretor não se mobilizaram efetivamente para tomar alguma medida em relação a segurança dos estudantes. O clima é de tensão e medo. Penso sempre duas vezes antes de sair de casa" iniciou.

"Ao sair, para ir para o hospital, por exemplo, fico com medo. Para ser sincera, nem mesmo no campus da para ficar tranquila. Tem tido assaltos dentro do ambulatório Magalhães Neto. Um médico foi recentemente abordado dentro do elevador, ao se locomover no ambulatório", lamentou.

Sexta-feira 13?

Somente nesta sexta-feira (6), o grupo do Zap Zap recebeu três registros de assaltos. Um deles envolveu um menino, de prenome David. Ele foi assaltado na escada do viaduto, que liga a Rua Padre Feijó à Avenida Reitor Miguel Calmon, do lado do Instituto de Ciências da Saúde da Ufba, por volta das 10h50, e teve o celular roubado. Pouco menos de três horas depois, outro estudante foi vítima, na Padre Feijó.

E aí, autoridades

A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil da Bahia (PC-BA) para saber se houve registro do caso. Segundo a corporação, a situação está sob apuração da 1ª Delegacia Territorial de Barris (DT/Barris).

Além da PC-BA, a Polícia Militar também foi procurada pelo Portal MASSA!. A corporação mencionou que atua preventivamente no patrulhamento em vias públicas ou através de acionamento.

UFBA dá a ideia

Para tomar maior conhecimento da situação, a reportagem também procurou a UFBA. Por meio de nota, a instituição federal assegurou que estuda "o aumento do efetivo na segurança".

"A ocorrência recente é objeto da medida imediata de posicionamento de um vigilante no início e outro no final da escada que liga a Faculdade de Medicina (Fameb) ao Hupes. Em seguida, será realizada a poda da vegetação na escada e a pintura da escada de branco – permitindo total visibilidade aos vigilantes. Estão em estudo o aumento do efetivo na segurança para esta área e a construção de uma guarita central", reforça.

Confira a nota na íntegra da UFBA:

"A Universidade Federal da Bahia reconhece e lamenta o contexto de insegurança que aflige a população brasileira e tem suscitado a mobilização de forças dos governos municipais, estaduais e federal. Em sua residência, ao sair dela ou no retorno, o estudante está exposto a risco, e a UFBA, solidária às vítimas de assaltos no trajeto para a universidade, mantém diálogo com as autoridades da segurança pública visando ao reforço do policiamento em seu entorno, especialmente nos horários críticos de saída e entrada.

Nesse cenário, os campi da UFBA continuam sendo espaços mais seguros e acolhedores do que outras áreas da cidade, e a administração trabalha permanentemente no aprimoramento de suas medidas de segurança no interior dos campi, que são constantemente avaliadas e aperfeiçoadas, e se traduzem:

- No reforço e na qualificação das equipes de vigilância e portaria, no incremento dos recursos desses serviços, que se utiliza de motos, automóveis e equipamentos de comunicação.

- No incremento do sistema de câmeras de vigilância da UFBA, sistema este que tem demonstrado sua importância decisiva na identificação e prisão de criminosos que escolheram a universidade para praticar delitos ou como rota de fuga.

- No trabalho dos mutirões de manutenção da Universidade em atenção permanente a:

- Iluminação das fachadas, entornos e vias de acesso aos prédios, substituindo lâmpadas queimadas e corrigindo pontos considerados necessários;

- Limpeza e poda de áreas verdes, assegurando, ao mesmo tempo a preservação da vegetação e a visibilidade das áreas de circulação.

A ocorrência recente é objeto da medida imediata de posicionamento de um vigilante no início e outro no final da escada que liga a Faculdade de Medicina (Fameb) ao Hupes. Em seguida, será realizada a poda da vegetação na escada e a pintura da escada de branco – permitindo total visibilidade aos vigilantes. Estão em estudo o aumento do efetivo na segurança para esta área e a construção de uma guarita central."

Confira a nota na íntegra na PM-BA:

"A Polícia Militar atua preventivamente no patrulhamento em vias públicas ou através de acionamento. Na região, o policiamento é realizado pela 41ª CIPM, mediante o emprego de viaturas que realizam rondas diuturnamente, com o apoio de equipes especializadas e da Companhia Independente de Policiamento Tático (CIPT) Rondesp - Atlântico.

A corporação ressalta que é imprescindível que qualquer situação que fuja à normalidade seja informada pelo 190 ou 181 (disque-denúncia) para que a PM encaminhe guarnições ao local. "

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