A empresária Melina Esteves França, denunciada na última semana por empurrar e quebrar o celular de uma funcionária, tem longo histórico de maldades contra babás. Em 2021, ela ganhou ‘fama’ depois que a cuidadora Raiana Ribeiro pulou do terceiro andar de um prédio no Imbuí para fugir das agressões e do cárcere privado na qual era mantida. Outras 11 mulheres também já denunciaram que sofreram maus tratos na casa da empresária.
Raiana trabalhava como babá na casa de Melina há uma semana, onde cuidava das filhas trigêmeas dela, que tinham 1 anos e 9 meses. A funcionária havia saído de Itanagra, litoral norte da Bahia, para trabalhar na casa da empresária, porém comunicou que não tinha mais interesse em ficar lá. O motivo seria as agressões que vinha sofrendo ao longo dos dias.
No dia 25 de agosto daquele ano, a vítima chegou a enviar uma mensagem de áudio para a família relatando que está passando por problemas com a patroa e pedindo ajuda. Logo após isso, a jovem teve o celular tomado e ficou trancada no banheiro. Os familiares vieram para Salvador, mas não conseguiram encontrar o condomínio onde Raiana trabalhava.
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Desesperada por estar trancada, a babá conseguiu sair pelo basculante do banheiro e se jogou, caindo no parapeito do 2º andar. A jovem foi socorrida por vizinhos e levada pelo Serviço de Atendimento de Urgência (Samu) para o Hospital Geral do Estado (HGE). Ela sofreu fraturas no pé.
Em imagens gravadas por câmeras de segurança da casa de Melina, a babá apareceu desmaiando depois de levar tapas, socos e chutes de Melina. Além disso, Raiana revelou que desmaiou porque também ficava sem comer no trabalho.
O advogado de Melina afirmou que ela tinha transtorno psicológico diagnosticado como Boderline – caracterizado pelas mudanças rápidas de humor – e não estava em tratamento. Outras quatro ex-funcionárias também procuraram a polícia para contar que também foram vítimas de maus tratos.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) entrou com uma ação contra a empresária por submeter pelo menos duas empregadas domésticas à condição de trabalho análogo à escravidão. A prisão preventiva de Melina foi negada por ela ser mãe de crianças pequenas, porém ela foi obrigada a usar tornozeleira eletrônica. Já o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), fixou uma multa de R$ 300 mil caso ela não cumpra uma série de ordens, entre elas, informar ao MPT, por 10 anos, a lista com os nomes de cada novo trabalhador doméstico que ela contratar.
Apesar de ter colocado a tornozeleira em 2021, a babá Aline, vítima mais recente de Melina, disse que quando começou a trabalhar na casa da empresária, ela já não usava mais o equipamento.