O bispo Ederlan Santos Mariano, acusado de matar a própria esposa, a cantora gospel Sara Freitas, em outubro de 2023, apareceu em um vídeo alegando inocência. As imagens foram gravadas antes dele passar pela terceira e última audiência de instrução do caso, que aconteceu nesta terça-feira (7), no Fórum de Dias D'Ávila.
“Eu não matei Sara. Eu não sou um assassino. As pessoas estão me acusando de um crime que eu não cometi. Deus é minha testemunha. Eu não fui o assassino da minha esposa. Eu não matei ela. Estou orando, e tenho certeza que Deus vai mostrar a verdade. Vocês verão. Eu sou inocente”, diz Ederlan no vídeo.
Além dele, mais três pessoas foram acusadas pelo crime: Weslen Pablo Correia de Jesus, conhecido como Bispo Zadoque, e Gideão Duarte de Lima. Gideão, apontado como um motorista da confiança da vítima, teria buscado a cantora gospel em casa para levá-la a um culto que não existia. Ele teria entregue Sara a Zadoque e Ederlan.
Já Zadoque, que confessou o crime, teria atuado como receptor da vítima. Os dois foram presos entre a noite do dia 14 e a manhã do dia 15 de novembro.
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Uma semana depois, em 21 de novembro, Victor Gabriel Oliveira, de 24 anos, se entregou à polícia após assumir participação no crime. Investigado pela 25ª Delegacia Territorial (DT/Dias D'Ávila), Victor Gabriel teve participação tanto no homicídio da artista quanto na ocultação de seu cadáver, conforme apontou a apuração do caso. Ele detalhou o crime, afirmando que teria segurado a vítima enquanto Zadoque a esfaqueava.
Os próximos passos após a audiência desta terça-feira é o processo até a decisão da Justiça sobre se os acusados enfrentarão ou não júri popular. De acordo com o advogado Rogério Matos, que representa a família da vítima, a chance dos acusados não irem a júri popular é zero.
Relembre o caso
A cantora gospel e pastora Sara Freitas desapareceu no dia 24 de outubro de 2023, após sair de casa, no bairro de Valéria, em Salvador, para um evento religioso que ocorreria em Dias D'Ávila, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Na ocasião, o próprio marido dela, Ederlan Mariano, denunciou o desaparecimento, dizendo que Sara tinha o costume de participar de vários eventos religiosos. Ele foi ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para prestar queixa na manhã do dia 26.
Corpo encontrado
O corpo de Sara foi encontrado carbonizado às margens da BA-093, na altura de Dias D’Ávila, na tarde do dia 27, uma sexta-feira. O marido reconheceu os restos mortais da vítima.
Prisão de Ederlan
O marido da cantora foi preso no mesmo dia, 27, sob possíveis incoerências no discurso. Inicialmente, foi divulgado que ele confessou o crime, mas a defesa negou e alegou que ele era inocente.
Dois novos suspeitos presos: Gideão e Zadoque
Weslen Pablo Correia de Jesus, conhecido como “Bispo Zadoque”, e Gideão Duarte de Lima foram presos a medida que as investigações avançavam. Gideão, apontado como um motorista da confiança dela, teria buscado a cantora gospel em casa para levá-la a um culto que não existia. Ele teria entregue ela a Zadoque e Ederlan.
Já Zadoque, que confessou o crime, teria atuado como receptor da vítima. Os dois foram presos entre a noite do dia 14 e a manhã do dia 15 de novembro.
Quarto suspeito é preso
Uma semana depois, 21 de novembro, Victor Gabriel Oliveira, de 24 anos, se entregou à polícia após assumir participação no crime. Investigado pela 25ª Delegacia Territorial (DT/Dias D'Ávila), Victor Gabriel teve participação tanto no homicídio da artista quanto na ocultação de seu cadáver, conforme apontou a apuração do caso. Ele detalhou o crime, afirmando que teria segurado a vítima enquanto Zadoque a esfaqueava.
Ao longo de toda investigação, havia um conflito sobre qual família ficaria a filha do casal, de 11 anos. No dia 29 de novembro, a menina foi ouvida por cerca de três horas durante a audiência de justificação, no Fórum da Família, em Nazaré. No dia 13 de dezembro, a Justiça concedeu a guarda provisória da filha de Sara Freitas para a família de Ederlan.
Os quatro suspeitos viram réus após denúncia oferecida pelo MP
No dia 19 de dezembro, o Ministério Público Estadual denunciou Ederlan, Zadoque, Gideão e Victor por homicídio qualificado, os tornando réus. Segundo a promotoria, o crime foi cometido por motivo torpe, meio cruel, sem possibilidade de defesa da vítima. Eles também foram acusados por ocultação de cadáver e associação criminosa.
A Justiça baiana recebeu a denúncia e acatou o pedido de prisão preventiva feito pela Polícia Civil, com parecer favorável do MP, contra os quatro. No dia seguinte, 20 de dezembro, o MP divulgou que os quatro suspeitos pela morte da cantora gospel Sara Mariana tinham intenção de usar a imagem da artista para lançar a carreira de Victor Gabriel, um deles, que também é cantor.
No texto da denúncia, o MP apontou que que o crime aconteceu porque Zadoque, Victor e Gideão, sob ordens de Ederlan, queriam “se apoderar da imagem pública de Sara Mariano, fazendo uso de toda a estrutura já montada em torno dela, para lançar a carreira de Victor, com o que todos lucrariam futuramente".