A Polícia Civil da Bahia inaugurou, nesta sexta-feira (9), a Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme). A unidade será vinculada ao Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco) e promete integração com a Polícia Federal e o Exército.
A nova delegacia servirá para mapear e entender a origem do armamento utilizado pelo tráfico na Bahia. No ano de 2023, 55 fuzis e mais de 6 mil armas de fogo foram apreendidos pelas forças policiais, um aumento de 20% em comparação a 2022.
"Ela [Desarme] surgiu a partir da necessidade que constatamos com o aumento do número de armas que são apreendidas. Agora, essa equipe aqui na Desarme vai se debruçar especificamente sobre como este material chegou ao nosso estado, como foi que ele entrou, principalmente, mas também quem distribuiu internamente. Para além da investigação e prisão das pessoas que estão portando esse armamento, que continuarão a ser feitas pelas nossas equipes operacionais, a equipe da Desarme vai se focar especificamente em como rastrear a entrada desse material, tanto das munições quanto do armamento. Com isso, vamos agora atacar um outro ponto do crime organizado, pois poderemos identificar as pessoas que estão fazendo essa distribuição", explicou a delegada-geral, Heloísa Brito.
Apesar da sede ficar em Salvador, Heloísa garantiu que, na próxima semana, haverá uma capacitação para os servidores vinculados ao Draco no interior da Bahia. O objetivo é que, mesmo sem uma unidade física, o trabalho do Desarme seja realizado em todo o estado.
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"Nós temos estruturas do Draco no interior do estado. Então, na semana que vem, vamos realizar uma capacitação para os servidores que vão trabalhar com essa temática específica. Os colegas do interior, também vinculados ao Draco, estarão aqui em Salvador, na nossa Academia de Polícia, sendo treinados. Isso permitirá que, mesmo no interior do estado, sem uma estrutura ou delegacia específica, eles possam desenvolver as mesmas atividades que as equipes da capital", salientou Heloísa.
O secretário de Segurança Pública, Marcelo Werner, enfatizou a importância da atuação conjunta das forças policiais (Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e FICCO) e como essas ações vêm desarticulando o tráfico na Bahia.
"Tudo isso faz com que tenhamos uma diminuição dos principais índices criminais, como mortes violentas e roubos. Roubo a banco, roubo a ônibus, roubo a veículos também, e essa delegacia tem o condão de fortalecer ainda mais esse combate e a retirada de mais armas de fogo das mãos das facções", salientou Werner.
A diretora do Draco, delegada Márcia Pereira, explicou como será feito o trabalho de rastreamento dessas armas, inclusive com numeração raspada, prática comum entre a bandidagem para dificultar o trabalho policial na identificação da origem desse armamento.
"Temos uma parceria muito forte com o DPT (Departamento de Polícia Técnica). Existem perícias específicas para esse tipo de rastreamento. As armas serão encaminhadas para o DPT para que seja feita a perícia necessária, a identificação e também para elucidar os crimes que estariam vinculados a esse armamento", revelou.