A montagem do quebra-cabeça da morte de Maria Bernadete, líder quilombola de respeito no estado da Bahia, está a todo vapor. Passados 14 dias do assassinato brutal da figura representativa dos quilombolas, a investigação ganha desdobramento com o passar dos dias.
Nesse sentido, o Portal MASSA! apurou que a suposta autoria do crime de repercussão nacional já é de conhecimento interno. Do mesmo modo, a Polícia Civil da Bahia (PC-BA) confirmou que a nova etapa da investigação sobre a morte da líder quilombola Maria Bernadete Pacífico “chega ao indicativo da possível autoria”.
“As apurações são realizadas pelo DHPP, com o apoio da CCF, do DIP, do Depom, Denarc, Draco e da COPJ”, detalhou a instituição, que acrescentou que outros detalhes continuam em sigilo devido à preservação dos desdobramentos.
Forças do alto escalão
Além da PC e da SSP, assim como da Polícia Federal (PF), a investigação do assassinato de Bernadete também será acompanhada pelo Observatório das Causas da Grande Repercussão, conforme informado pelo Ministério Público da Bahia (MPBA) ao Portal MASSA!. Esse colegiado é integrado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
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A medida teve como origem um pedido da presidente da entidade e do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber. Junto a isso, o colegiado também está de olho na investigação da morte do filho da atual vítima, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, também conhecido como Binho do Quilombo, que morreu com 36 anos de idade, em 2017.
"O Ministério Público estadual, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), tem procedimento instaurado para acompanhar o andamento do inquérito policial que investiga o caso", reforçou o MPBA.
Efeito dominó
No último dia 17 de agosto, a quilombola Maria Bernadete Pacífico morreu com vários tiros no rosto, na associação do Quilombo Pitanga dos Palmares, na cidade de Simões Filho (BA). Apesar da morte ser concretizada neste dia, as ameaças faziam parte do cotidiano da senhora, de 72 anos de idade.
Há cerca de dois meses, a quilombola recebeu constantes ameaças. O detalhe é que, mesmo após ela fazer parte do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH), do Governo Federal, o caminho final da sua vida foi a morte.