
A tecnologia de reconhecimento facial estava em fase experimental na Arena Fonte Nova e no Barradão desde 2024 e deverá ser implementada por completo em 2025. A informação foi confirmada pelo tenente-coronel Francisco Menezes, comandante do Batalhão Especializado em Policiamento de Eventos (Bepe), durante a reunião de alinhamento e integração entre a Federação Bahiana de Futebol (FBF), Ministério Público, Polícia Militar, clubes e torcidas organizadas no Quartel General da PM, nos Aflitos, nesta quarta-feira (8).
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Segundo o tenente-coronel, 90% dos sistemas de reconhecimento facial da Arena Fonte Nova e do Barradão já foram implementados. O objetivo atual é atingir 100% e expandir a implementação para o estádio de Pituaçu.
"A novidade é que, em fase experimental ano passado, que o reconhecimento facial (seja implementado), até junho. Todos os estádios aqui, Pituaçu, Barradão e Arena Fonte Nova, terão a obrigatoriedade de funcionar", disse Francisco Menezes em coletiva à imprensa.
O sistema de reconhecimento facial facilita o acesso dos torcedores aos estádios e também ajuda a identificar pessoas com mandados de prisão em aberto, que estão proibidas de entrar em estádios ou são desaparecidas. "Reunimos o Poder Judiciário, o Ministério Público, os dirigentes, todos os atores envolvidos no futebol baiano. Nós vamos, a partir deste ano, (alinhar) a questão do reconhecimento facial, do trabalho do Bepe e a aproximação com as torcidas", destacou o tenente-coronel Menezes.
Volta das torcidas mistas
A volta das torcidas mistas, suspensas desde 2017 nos Ba-Vis, não foi pauta da reunião, mas foi mencionada pelo promotor de Justiça Hugo Cassiano de Santana. Segundo ele, não há como projetar um retorno.
"Lancei como uma provocação, uma mensagem de otimismo, porque acredito que nós estamos caminhando para um aperfeiçoamento da nossa atuação na prevenção da violência. Não apostaria no momento ideal para o retorno das torcidas mistas, não tenho condições de prever como pode acontecer, mas estamos caminhando para um diálogo mais próximo com as instituições", indicou Santana.

Já para Moacyr Pita Lima, juiz titular da 16ª Vara Criminal, que julga e processa as infrações penais da Lei Geral do Esporte, disse que não enxerga "nenhum problema" no retorno das torcidas mistas.
"O que a gente precisa combater são verdadeiras organizações criminosas muitas vezes que atuam fora dos estádios, que se enfrentam, que são intolerantes, que matam, que agridem. E, na sua grande maioria, acontecem essas violências fora dos estádios e que o controle é muito mais difícil porque ele é difuso em toda cidade, em todo o estado, em todo o país", lembrou Moacyr.