
A Polícia Militar da Bahia (PMBA) promoveu, na manhã desta quarta-feira (8), uma reunião de alinhamento com integrantes do futebol baiano no auditório do Quartel do Comando Geral, em Salvador. O evento, liderado pelo Comando de Policiamento Especializado (CPE) por meio do Batalhão Especializado em Policiamento de Eventos (BEPE), reuniu representantes do Poder Judiciário, Ministério Público, clubes, Federação Bahiana de Futebol e torcidas organizadas.
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Durante o ano de 2024, operações foram feitas afim de mitigar esses episódios violentos relacionados ao futebol, a exemplo da segunda fase da Operação Clássico da Paz, realizada pela Polícia Civil da Bahia, que resultou na prisão de sete suspeitos de ataques a torcedores do Esporte Clube Vitória. As agressões ocorreram em 20 de agosto do mesmo ano e deixaram uma das vítimas internada por 15 dias em uma unidade de terapia intensiva.
A ação, que cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão em Salvador, é parte de um esforço permanente para conter a violência envolvendo torcidas organizadas. Com dois dos maiores clubes do estado na primeira divisão do Campeonato Brasileiro em 2025, o cenário exige estratégias mais integradas e eficazes para prevenir confrontos e garantir a segurança nos estádios e em seus arredores.
"Aproveitamos o recesso do futebol e programamos uma série de medidas que vamos tomar. Reunimos hoje o Poder Judiciário, o Ministério Público, os dirigentes e todos os atores envolvidos no futebol baiano. A partir deste ano, já vamos implementar a questão do reconhecimento facial, o trabalho do BEPE, a aproximação com as torcidas, e tudo isso será alinhado ao longo de 2025", destacou o comandante do BEPE, Tenente Coronel Francisco Menezes.
Uma das novidades é a obrigatoriedade do uso de reconhecimento facial em todos os estádios da Bahia até junho. "No Barradão e na Arena Fonte Nova, também não será na totalidade, mas ainda em fase experimental, com um número considerável, creio que em torno de 90%", acrescentou.
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Redução da violência em torno dos estádios
O promotor de justiça Hugo Cassiano de Santana ressaltou o papel do monitoramento no combate à violência e a queda nos números de ocorrência, com redução de 77%. "Tanto no interior dos estádios, mas, em especial, nos entornos dos estádios, no momento da chegada e da saída dos torcedores, isso vem sendo monitorado tanto pela Polícia Civil quanto, especialmente, pelo BEPE da Polícia Militar", detalhou.
Ele também destacou a implementação de medidas restritivas contra torcedores envolvidos em episódios de violência. "Essas medidas consistem na proibição de frequência e ingresso nos estádios. Isso está sendo muito bem fiscalizado pelo BEPE e pela Polícia Militar. Nas três horas anteriores ao jogo, durante o jogo e nas três horas posteriores, esses torcedores estão em observação, separados do público em geral", completou Hugo Cassiano.

O Tenente Coronel Menezes acrescentou que o diálogo com as principais torcidas organizadas tem sido fundamental para a redução dos índices de violência. "E não podemos fazer nada disso sem o alinhamento com as principais torcidas organizadas, como Imbatíveis e Bamor, com as quais estamos conversando mensalmente, independente de haver problemas ou não", lembrou.
Os avanços no combate à violência são vistos como resultado da integração entre diferentes instituições. "As instituições estão cada vez mais próximas, dialogando cada vez mais, e vejo o ano de 2025 como muito promissor, ainda que haja maiores desafios", avaliou o promotor Hugo Cassiano.
Uma das propostas discutidas foi a criação de um cadastro único nacional de torcedores envolvidos em ocorrências criminais. "Isso permitiria impedir o ingresso desses indivíduos em estádios, seja aqui, em Aracaju, Fortaleza ou São Paulo", explicou o promotor.
Com as novas estratégias e a implementação de tecnologias como o reconhecimento facial, a expectativa é de que o futebol baiano em 2025 seja mais seguro e acessível para todos os torcedores, promovendo a paz e o espírito esportivo nos estádios.