
A Bahia lidera o ranking nacional de estados com maior número de facções criminosas, segundo levantamento publicado neste domingo (10), pelo jornal O Globo. São 17 grupos identificados, seguida por Pernambuco, com 12, e Mato Grosso do Sul, com 10.
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A pesquisa reuniu dados de secretarias estaduais de Segurança Pública, de Administração Penitenciária e de Ministérios Públicos, revelando que hoje existem 64 facções atuando no país. Destas, 12 estão presentes em mais de um estado, enquanto as outras 52 seriam organizações locais. Apenas duas, no entanto, têm alcance realmente nacional: o Primeiro Comando da Capital (PCC), com presença em 25 estados e no Distrito Federal, e o Comando Vermelho (CV), presente em 26 unidades da federação. Curiosamente, o único estado fora do mapa dessas duas facções é o Rio Grande do Sul, que abriga grupos próprios, como Bala na Cara (BNC) e Os Manos.
Enquanto Bahia e Pernambuco têm um cenário mais pulverizado, com diversas facções disputando espaço, Mato Grosso do Sul é o estado que mais “importa” organizações de fora. A proximidade com a fronteira do Paraguai e da Bolívia, rota estratégica do narcotráfico, atraiu nove das 12 facções de atuação interestadual.
A presença internacional das facções brasileiras ainda é pontual. O PCC, por exemplo, já mantém atividades fora do país, mas as autoridades dizem que grupos estrangeiros quase não atuam em território brasileiro. A exceção é Roraima, onde o venezuelano Tren de Aragua já foi identificado.
O Rio de Janeiro, por sua vez, é o grande “exportador” de facções no Brasil. Além do CV, o estado é origem do Terceiro Comando Puro (TCP) e dos Amigos dos Amigos (ADA), ambos com presença interestadual.
Medir a real evolução desses números, porém, é um desafio. Sem critérios unificados para diferenciar uma facção de uma gangue eventual, especialistas apontam que as estatísticas podem variar bastante, especialmente no caso dos grupos menores.