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Crime brutal - 24/04/2024, 09:16 - Dara Medeiros

Alexandre Nardoni pode cumprir final da pena fora do xilindró; entenda

Criminoso matou a própria filha, Isabella Nardoni, a jogando da janela do 6 º andar do prédio em que morava

Alexandre Nardoni cometeu o crime em 2008
Alexandre Nardoni cometeu o crime em 2008 |  Foto: Reprodução/Redes Sociais

Um dos criminosos que mais chocou o Brasil, Alexandre Nardoni pode cumprir a última etapa da pena estabelecida pela justiça longe da cadeia. Ele foi condenado ao xilindró após a matar a própria filha, Isabella Nardoni, arremessando a garotinha do 6º andar do prédio em que morava. O assassinato aconteceu em 2008, quando a menina tinha apenas 5 anos de idade, e Alexandre foi condenado a 30 anos de prisão. Porém, por causa da lei, ele tem o direito de cumprir uma parte da condenação em regime aberto.

Alexandre Nardoni, que hoje tem 45 anos, está preso desde o ano do crime na penitenciária Doutor José Augusto César Salgado, também conhecida como "P2" ou "presídio dos famosos", na cidade de Tremembé, em São Paulo. Ele passou quase um terço da vida atrás das grades, até que seu regime foi mudado para semiaberto em novembro de 2019. Diante da possibilidade, a defesa dele entrou com o pedido para o regime aberto no dia 8 de abril, e Alexandre já fez o exame criminológico, que não indicou restrições para que ele cumpra o resto da pena em liberdade.

Vale lembrar que a madrasta de Isabella Nardoni, Anna Carolina Jatobá, também foi condenada pela morte da menininha e cumpre pena em regime aberto desde junho de 2023.

Entenda o que pode deixar Alexandre Nardoni livre do xilindró

Pela lei brasileira, o tempo em que os presos condenados devem ficar em regime fechado ou semiaberto vai variar de acordo com a análise da gravidade e as condições dos crimes cometidos. No caso de Alexandre Nardoni, mesmo tendo cometendo um crime hediondo, ele era réu-primário e tem o direito de cumprir pelo menos 40% da pena em regime fechado e semiaberto e solicitar a mudança para o regime aberto.

Leia também: "Saudades, filha", diz mãe de Isabella Nardoni nos 16 anos do crime

De acordo com a Lei de Execuções Penais, de 1984, estes são os requisitos necessários para cumprir o regime aberto: estar trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo imediatamente; apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a que foi submetido, fundados indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina e senso de responsabilidade, ao novo regime; e apresentar, pelos seus antecedentes e pelos resultados do exame criminológico, fundados indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina, baixa periculosidade e senso de responsabilidade ao novo regime.

Cumprindo os requisitos, especialmente por ter se envolvido em atividades laborais durante o regime semiaberto e ter sido bem avaliado no exame criminológico, Alexandre Nardoni tem grandes chances de deixar a cadeia. Porém, ainda não há uma data para o julgamento do pedido, que precisa ser avaliado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.

Laudo do exame criminológico é divulgado

O laudo do exame criminológico de Alexandre Nardoni foi emitido por três profissionais diferentes: uma psicóloga, uma assistente social e um psiquiatra. O trio se dedicou a identificar e analisar o comportamento dele, para dizer se ele está apto ou não a cumprir a pena em regime aberto. O resultado foi divulgado pelo g1,

Em 17 de abril deste ano, a psicóloga analisou a visão de Alexandre sobre o assassinato da própria filha: "demonstra ter consciência da gravidade da acusação, porém não é possível abordar o sentimento de arrependimento, visto que o apenado permanece negando a autoria do delito pelo qual está condenado. Ainda assim, informa que buscou cumprir a sentença da melhor forma possível, através de atividades laborterápicas, pedagógicas e intelectuais".

Dois dias depois, em 19 de abril, a assistente social fez a avaliação e seguiu a mesma linha ao relatar as reações dele sobre o caso. "Demonstra ter consciência da gravidade do fato, contudo, não expressa arrependimento de algo que não cometera. Seus sentimentos são de dor pela perda da filha. Ao longo dos anos vem interpondo recursos, reunindo elementos novos, alguns não considerados, visando provar sua inocência e chegar ao verdadeiro culpado. Importante enfatizar que seu discurso se mantém inalterado, logo, nega a autoria dos fatos", escreveu ela.

Já nesta segunda-feira (22), o psiquiatra emitiu o relatório, confirmando as versões anteriores. "Sobre o delito, homicídio da própria filha, nega autoria. Afirma que ele e esposa seguem tentando provar inocência, contrataram peritos independentes para buscar opiniões divergentes em relação às lesões encontradas na filha por discordar do laudo do IML. [...] Como não assume autoria, não há que se falar em arrependimento. Frente à ponderação de que o crime provocou grande comoção popular, afirma não saber exatamente o motivo para isso”, declarou.

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