Gritos de socorro vindos do Lar de Idosos Nossa Senhora das Candeias, em Itapuã, levaram a Justiça a decretar a prisão preventiva de Silvani da Silva Santana, responsável pela instituição, acusada de maus-tratos e negligência.
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A decisão foi tomada na quarta-feira (11), durante audiência de custódia, após o Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA) apontar o risco de novos crimes e a necessidade de garantir a ordem pública. Silvani foi presa em flagrante no dia 10 de dezembro por descumprir uma ordem judicial que determinava o fechamento da instituição.
Segundo a decisão judicial, Silvani demonstrou total desrespeito às determinações legais e colocou em risco os direitos e a segurança dos idosos. O juiz Paulo Sérgio Ferreira afirmou que a prisão preventiva era necessária para “resguardar a ordem pública” e evitar novos crimes, devido ao “grau elevado de periculosidade” da acusada.
Relatos de moradores reforçam a gravidade das acusações. Um vizinho afirmou ter ouvido “gritos e pedidos de socorro” provenientes do lar em diversas ocasiões e contou que presenciou Silvani “segurando uma pessoa idosa e forçando o reconhecimento facial”. Ele também denunciou que a responsável não demonstrava paciência com os idosos e frequentemente era vista consumindo bebidas alcoólicas pela manhã.
Diante dos abusos, os moradores se organizaram em um grupo de mensagens para compartilhar informações sobre os episódios no lar. “Os acontecimentos mais comentados eram os maus-tratos sofridos naquela instituição”, disse uma testemunha.
De acordo com o MPBA, Silvani descumpriu reiteradamente a ordem judicial de interdição parcial, decretada em maio. Uma vistoria realizada em novembro constatou que o lar mantinha 15 idosos no local, sendo que cinco deles foram admitidos após a decisão judicial. Esses fatos fundamentaram o pedido de prisão preventiva, que foi homologado durante a audiência.
Ainda segundo a decisão, Silvani já responde a outros processos relacionados a maus-tratos a idosos, o que reforçou a necessidade de sua prisão preventiva.
O caso segue sob investigação da Delegacia Especial de Atendimento ao Idoso. Silvani permanecerá presa preventivamente por 90 dias, prazo sujeito à reavaliação. O MPBA continua monitorando a situação para garantir os direitos das pessoas idosas afetadas.