Começa, nesta quarta-feira (11), o Campeonato Estadual de Quadrilhas Juninas da Bahia. As apresentações acontecerão na Praça da Revolução, em Periperi, e 60 grupos de todo o estado estarão na disputa, que segue até o próximo domingo (15).
O campeonato é promovido pela Federação Baiana das Quadrilhas Juninas (FEBAQ), com patrocínio do Governo do Estado, através da Sufotur. A disputa de melhor junina da Bahia conta com três grupos que se apresentarão em dias diferentes: o grupo de acesso, o grupo semi-especial, e o grupo especial, que encerra a competição.
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As apresentações começarão às 10h de cada dia. A estrutura montada para receber a competição é coberta e conta com arquibancadas, que são de livre acesso ao público que pretende prestigiar as apresentações das quadrilhas.
A preparação das juninas está a todo vapor para entregar um grande espetáculo nos dias de campeonato. O Grupo Cultural Forró Mandacaru, que integra o grupo de acesso, preparou um enredo baseado em um recorte história da canção Geni e o Zepelim, de Chico Buarque.
“Vamos falar sobre hipocrisia, sobre algumas questões sociais como transfobia. Afinal de contas, a Geni, ela é uma das maiores travestis da literatura brasileira e a gente vai trazer para esse contexto, falando sobre transfobia, sobre diversidade, sobre aceitação”, conta o professor Rubem Braga, presidente da junina.
Com apresentação prevista para a sexta-feira (13), as expectativas do grupo são as melhores. “A nossa expectativa é subir para o grupo semi-especial para o ano que vem e, quem sabe, logo após subir para o especial, voltar para o lugar onde a gente já esteve um dia e muito bem representado”, declarou Rubem.
Manter a chama junina acesa na capital
A junina Forró Mandacaru é um grupo fundado no ano de 1998 no bairro da Liberdade, em Salvador. Um grupo de amigos oriundos de grupos de dança, de teatro e também de outras quadrilhas resolveu se juntar e formar uma junina no bairro.
Apesar de ser uma capital do Nordeste, onde a tradição junina é fortíssima, Salvador parece ficar um pouco distante desse cenário. Por isso, é difícil manter a chama da tradição acesa na cidade, como destaca Rubem.
“Diferente de outras cidades do Nordeste, Salvador ainda não compreende quadrilha junina como uma manifestação cultural pautada na educação, no aprendizado das artes, no valor histórico e cultural que ela tem de fato. A Bahia é conhecida mundialmente como a terra do Axé. Então tudo que está voltado para o carnaval, que é a maior manifestação popular da nossa cidade, é mais valorizado”, disse. “Quando nós falamos ainda nos festejos juninos, há uma impressão de que o que se faz em outras capitais tem mais valor”, concluiu.
Daí também a importância de eventos que fomentem a valorização das quadrilhas juninas. “Todo e qualquer evento voltado para a cultura quadrilheira junina tem grande importância para que se mantenha essa manifestação viva. É uma manifestação rica, de muito aprendizado. [...] Um evento como esse [o campeonato] é de uma proporção tão gigantesca que favorece um olhar do valor que tem a nossa existência”, disse.
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