
Uma das coisas que mais chamaram atenção nos festejos juninos da Bahia de 2025 é a presença massiva de gêneros como o arrocha e o sertanejo nas grades. A atração mais contratada no estado foi a banda Toque Dez, por exemplo. Diante disso, questionamentos a respeito da ausência do forró passaram a surgir.
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O Grupo A TARDE foi saber do público que marcou presença no primeiro dia do São João da Bahia, evento do Governo do Estado que começou nesta quarta-feira (18), no Parque de Exposições, o que ele achar desse cenário. O consultor financeiro Rodrigo Menezes, 41 anos, disse que mistura de gêneros sempre é bem-vinda, “porque apesar de ser São João, é pra todos”.

“Tem São João no interior, que é o raiz, e o São João no capital é essa mistura para todo mundo curtir juntos. Querendo ou não, a sociedade sempre está mudando e a gente também tem que embalar nessa onda e se adaptar”, pontuou.
Para Rodrigo, a mudança é algo natural. “Vai mudando com o tempo. E a gente tem visto. Porque antes o São João era muito mais forró e hoje em dia é muito pouco, faz falta, com certeza. E se realmente as pessoas preferirem isso, infelizmente a gente vai tornar o São João totalmente diferente. E o forró raiz faz falta, sem dúvida”, completou.

A comerciante Maria Tereza, de 41 anos, disse queria artistas como Joelma, Alceu Valença Geraldo Azevedo e Calcinha Preta no Parque de Exposições. Ela pontuou que atualmente está tudo misturado e que isso é bom. “Se ficar um ritmo só enjoa. Eu gosto da mistura, é bom e é bem-vinda. Sempre foi assim. A Bahia é assim, tem misturar. E todo mundo gosta. Quem mais reclama vem e gosta”, brincou.
A balconista Vanessa Castro destacou que está gostando bastante das grades. “As atrações estão ótimas. Mas está faltando forró, está precisando. Eu sou a favor da mistura. Eu gosto do pagode, eu amo forró. Mas, no São João, tem que ter mais forró”, completou.

Declínio do forró? Arrocha domina contratações no São João baiano
Segundo o Painel de Transparência dos Festejos Juninos, divulgado pelo Ministério Público (MPBA) no dia 1º de junho, das dez atrações mais contratadas, apenas três — Batista Lima, Mastruz com Leite e Calcinha Preta — são de forró. As outras sete são de arrocha.
O ranking é liderado pela banda Toque Dez, que vai fazer 39 shows e vai faturar R$ 11,2 milhões. Na sequência vem: Tayrone, com 23 shows (R$ 6,5 mi); e Devinho Novaes, com 22 apresentações (R$ 4,5 mi).
Veja o Top 10 e o faturamento:
Toque Dez - 39 (R$ 11,2 mi)
Tayrone - 23 (R$ 6,5 mi)
Devinho Novaes - 22 (R$ 4,5 mi)
Batista Lima - 19 (R$ 3,4 mil)
Silfarley - 19 (R$ 3,5 mi)
Mastruz com Leite - 17 (R$ 3,8 mi)
Unha Pintada - 17 (R$ 5,6 mi)
Natanzinho Lima - 16 (R$ 9 mi)
Thiago Aquino - 16 (R$ 4,4 mi)
Calcinha Preta - 14 (R$ 6,8 mi)
Cenário que se repete
Em 2024, o cenário foi parecido — porém mais equilibrado —, com Toque Dez em primeiro lugar, com 44 shows na Bahia e faturamento de R$ 7 milhões. Ou seja, a banda aumentou o lucro em R$ 4,2 milhões em um ano.
Devinho Novaes ficou em segundo, com 39 apresentações. Logo depois veio: Heitor Costa (34), Mastruz com Leite (29), Tayrone (29), Iguinho e Lulinha (28), Calcinha Preta (25), Tarcisio do Acordeon (24), Vitor Fernandes (23) e Pablo (22).
Ou seja, cinco de arrocha e cinco de forró.