
Não foi só a música que marcou o Forródum neste domingo (29), na Praça das Artes, no Pelourinho. Durante uma rara pausa no batuque dos tambores do Olodum, o vocalista Lázaro Araújo aproveitou para passar um recado ao público sobre política.
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Com as recentes polêmicas votações na Câmara dos Deputados, como o aumento da tarifa de energia, o cantor não deixou passar em branco e alertou para a falta de pessoas negras que representam o povo em Salvador.
"Termina prejudicando a mãe, o pai, a avó, a tia, e até os próprios filhos e a eles próprios, não é? Porque sem energia, meu irmão, não dá pra viver. Não dá pra viver. Sem energia e sem água", iniciou o artista.
Então, vamos melhorar o Congresso, a Câmara. É inadmissível, uma cidade [Salvador] com oitenta e sete por cento da população negra, ter uma Câmara branca. Consciência acima de tudo
vocalista do Olodum Lázaro Araújo
Após o desabafo, Lazinho foi ovacionado e aplaudido pelos fãs da banda que compareceram em mais uma edição da festa que prestigia a tradição dos festejos juninos.

Olodum celebra o 'Sanju' com edição do Forródum
O som dos tambores do Olodum ditaram o ritmo de mais uma edição do Forródum, realizado neste domingo (29), na Praça das Artes, no Pelourinho. O evento, que acontece anualmente, marca o clima dos festejos juninos na capital baiana.
"Eu acho que tem que respeitar o espaço dos artistas de forró. Eu acho que é necessário contratar os artistas locais, os artistas de forró, sanfoneiros, incentivar novos jovens a tocar sanfona porque são as nossas tradições e a gente não pode perder. O São João realmente não pode ficar longe, mas se você tem banda, que tem um conceito, que toca dentro do estilo, eu acho que vale a pena", afirmou o cantor em entrevista ao Portal MASSA!.

Lucas também exaltou o samba reggae, o ritmo raiz do Olodum. Para o artista, a banda consegue tocar em qualquer época do ano e agradar aqueles que curtem uma boa música.

"Eu costumo falar que o samba-reggae é um ritmo abençoado por Deus. Deus botou a mão na cabeça de Neguinho naquele momento ali, Neguinho criou o samba-reggae. Então a gente consegue tocar com bandas de rock, com orquestra sinfônica, então todos os estilos do samba-reggae ele consegue complementar. E se falando de forró, forró e reggae é a mesma coisa, né? A levada, a batida do baiano é aquela coisa. Então a gente consegue cantar várias canções em forró", ressaltou o vocalista do Olodum.