O clima junino chegou ao Nordeste de Amaralina, neste sábado (28), com o primeiro arraiá realizado no bairro, fruto da produção do portal comunitário ‘Nordeste Eu Sou’ em parceria com o Governo do Estado.
Do lado do povo, o Portal MASSA! compareceu e conversou com um dos idealizadores do evento, o diretor de relações funcionais e jurídicas Rodrigo Coelho. Segundo ele, o trabalho da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), que cedeu as barracas, permitiu que moradores do bairro conseguissem faturar uma renda extra enquanto outros se divertiam, é fundamental.
Rodrigo também lembrou que alguns objetos foram proibidos de serem comercializados para garantir a segurança dos presentes.
“Nós conseguimos organizar dentro da comunidade, todos os ambulantes estão credenciados, nós nos reunimos com eles para orientar sobre os tipos de produtos que iriam ser vendidos, evitar garrafas, evitar espetinhos no espeto, e todos participaram ativamente da organização. Todas as barracas foram cedidas pela secretaria para que a gente pudesse padronizar o evento. A Setre doou as barracas para que pudéssemos utilizá-las durante esse período, e a ideia é exatamente começar a padronizar os eventos dentro da comunidade, porque isso estimula a economia e ajuda o trabalhador a garantir o sustento a cada dia durante todos os eventos”, destaca.
No geral, a maior dificuldade na organização do evento envolveu a captação de recursos. Apesar do empenho do governo estadual para a realização da festa, a iniciativa privada não apoia, muito por conta do preconceito com a periferia.
O desafio principal é arrumar recursos, porque ninguém quer investir na favela
Rodrigo Coelho
“É uma dificuldade muito grande. A gente depende do poder público, de apoios políticos e parceiros; nós não temos apoio quase nenhum da iniciativa privada. Isso é muito ruim, porque todo mundo quer colocar dinheiro na Concha Acústica, mas esquece que é a periferia que movimenta a economia”, ressalta.
Descriminalizando o Nordeste
O principal idealizador do Arraiá do Nordeste, Jefferson Borges, explicou que a criação do ‘Nordeste Eu Sou’ tem como objetivo mostrar que o bairro é muito mais do que as páginas policiais apresentam.
“A grande essência do projeto é restabelecer e resgatar os sambas juninos, dando voz e trazendo o forró, o arrocha - a gente tem o arrocha de Simone Morena, o forró de Jeanne Lima e o samba duro, que são os sambas de terreiro, o samba junino tradicional”, reforça.
O festejo conta com uma grade extensa de atrações, com mais de 12 horas de programação. Entre os artistas que se apresentarão estão Simone Morena, Jeanne Lima, Kimimo do Forró, entre outros.
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