
Enquanto alguns quadros do PT, como o presidente interino Humberto Costa, sugerem o fim da Federação Brasil da Esperança - formado com o PCdoB e PV - o líder do governo Lula no Senado, Jaques Wagner, não apenas defende, como projeta uma fusão, que unificaria em definitivo os três partidos.
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“Na nossa federação, se chegar um dia que a gente amadurecer e a gente puder fundir para um partido único, seria melhor. Dentro do PT todo mundo sabe que existem tendências, mas eu não tenho uma. O PT já me basta, não tenho grupos. Eu acho mais produtivo você ter um partido que você tenha dois ou três pensamentos políticos do que ter 3, 4 ou 5 partidos”, opinou o senador em entrevista exclusiva ao Grupo A TARDE, nesta sexta-feira (6).
Na avaliação do ex-governador da Bahia, o Brasil precisa urgentemente diminuir a quantidade de legendas, e as fusões e federações podem ser as ferramentas para se chegar a esse objetivo.
"O Brasil hoje tem um mundo de partidos que fica até difícil para a população entender. Eu acho esses números totalmente fora da realidade. O pessoal cria números para ser seu patrimônio político e não para ser difusor de ideias. Na minha opinião, a gente deveria ir para um campo de 6, 7 ou 8 partidos, que já era uma coisa mais que razoável", afirmou.
Jaques Wagner projetou que os partidos que estão em vias de formar federações e fusões terão um grande problema para resolver sobre quem apoiar nas eleições de 2026, mas sugeriu uma solução.
“Vai ser maluquice”
“Vai ser maluquice. Vai ser um pepino que não sei como é que os partidos vão fazer. Temos Partidos que na região Sul e Sudeste o cara é mais do outro lado. No Norte e Nordeste o pessoal é mais para o lado de Lula. Federação só tem uma, a não ser que ela não se alinhe com ninguém. Se ela participa do pleito e não tem vinculação a um candidato, aí tudo bem”, disparou.
"Essa é uma grande incógnita. O MDB por exemplo, existe o lulista e tem o que não é lulista. O PSD a mesma coisa. O PP da Bahia, apesar de João Leão ter saído formalmente, os deputados estão para o lado de cá. Se o partido se alinhar pro lado de lá, eles vão ter que cair fora e se filiar a outro partido. Não é simples esse negócio. Sinceramente eu não sei como os partidos vão fazer para trabalhar essa questão", avaliou o senador.
Federação e fusão
Atualmente grandes partidos estão em negociação para formalizarem uniões mais duradouras ou até mesmo definitivas. A federação entre o União Brasil e Progressistas, está em estágio avançado, enquanto a do MDB e Republicanos, e PDT-PSB-Cidadania, ainda estão no início das negociações. Já o PSDB e Podemos se articulam para criar uma fusão e provavelmente um novo partido.
Mas qual a diferença entre federação e fusão? A resposta é simples. A federação é uma união partidária de duas ou mais legendas pelo prazo mínimo de quatro anos. A norma prevê que, para eleições proporcionais, as cadeiras serão distribuídas a partir dos votos de todos os partidos que integram a federação. Sobre eles são aplicados os quocientes eleitoral e partidário.
Já a fusão seria a junção definitiva entre partidos, que daria origem a uma nova sigla. Um exemplo é o que ocorreu em 2022, quando DEM e PSL se fundiram para criar o União Brasil.