
O pastor Silas Malafaia pediu desculpas aos seus seguidores evangélicos pelos palavrões e xingamentos dirigidos a Eduardo Bolsonaro em conversas com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) via WhatsApp, áudios que foram divulgados nesta semana pela Polícia Federal.
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Em vídeo divulgado nas redes sociais, Malafaia se dirigiu diretamente aos evangélicos, dizendo: "Algum amigo está assistindo? Conhece algum evangélico? Passa para ele. Você é meu irmão evangélico? Passa para os outros irmãos." O líder religioso afirmou que desejava dar uma resposta às críticas recebidas sobre suas conversas privadas e destacou trechos da Bíblia para contextualizar seu pedido de perdão.
Ele citou a passagem bíblica Mateus 7:1-5, lembrando que "não julgueis para que não sejais julgados", e Romanos 7:19-25, reconhecendo suas falhas e imperfeições. "De vez em quando eu falo palavras indevidas. E vou dizer aqui com honestidade, até palavrão. Eu erro", afirmou.
Malafaia também citou João 8:7 e destacou que todos têm falhas: "Quem não tem pecado, atire a primeira pedra. Quem é aí que nunca falou uma palavra indevida ou um palavrão? Todos pecam." Ele afirmou buscar aperfeiçoamento e santidade, mas reconheceu suas limitações: "Tenho falhas, isso é uma verdade."
O pastor criticou ainda aqueles que, segundo ele, se escandalizaram com suas palavras e aproveitaram politicamente os áudios. Ele chamou os críticos de "fariseus hipócritas" e citou o artigo 5º, inciso 10º da Constituição, lembrando que a divulgação de conversas privadas é crime.
"Eu só posso fazer uma coisa, aqueles que ficaram escandalizados com as minhas palavras, me perdoem, porque eu tenho fraquezas", disse Malafaia. Ele reforçou a importância do perdão, citando Mateus 6:14-15: "Se eu não perdoar as ofensas de quem me ofende, Deus não pode perdoar as minhas ofensas."
O líder religioso também denunciou o que chamou de perseguição política e midiática, citando a GloboNews e ataques de outros pastores. Ele pediu orações pelo Brasil e por sua vida, ressaltando sua liberdade religiosa e liberdade de expressão: "Me botam numa jaula, eu vou continuar livre. Essa é a verdade."
Entenda o caso
Alvo de operação da PF na última semana, Malafaia xingou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em mensagem enviada ao ex-mandatário, Malafaia reclamou da postura dele na articulação de tarifas impostas pelo governo Trump contra produtos brasileiros. Malafaia chegou a chamar Eduardo de "babaca", "idiota" e "estúpido de marca maior".
"Desculpa, presidente! Esse seu filho Eduardo é um babaca, inexperiente que está dando a Lula e a esquerda o discurso nacionalista e ao mesmo tempo te ferrando. Um estúpido de marca maior", escreveu Malafaia a Bolsonaro, em mensagem enviada às 18h55, do dia 11 de julho deste ano, em áudio que a Folha de São Paulo teve acesso.