Único filho vivo de Mãe Bernadete, o professor Jurandir Wellington Pacífico desabafou, em conversa com a imprensa, na tarde desta segunda-feira (18). Presente no evento que celebrou o acordo de cooperação técnica entre o governo da Bahia e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, no Senai Cimatec, em Salvador, ele cobrou a solução do crime e disse que não terá o mesmo destino que a mãe e o irmão, que foram assassinados.
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"O secretário chegou em público e disse que tinha três suspeitos presos. Em 2017, Flávio Gabriel (Binho do Quilombo) foi brutalmente assasinado. O assassino passou na praça de pedágio e mostrou o rosto. O rico pode mandar matar? Sou uma pessoa se mãe e sem irmão, eu só tinha ele de irmão", desabafou.
"O legado continua. Só digo uma coisa, vai ser bem mais difícil me matar do que foi matar minha mãe e meu irmão", disparou Jurandir.
Também presente no evento, o deputado federal Valmir Assunção (PT) comentou o caso e cobrou que a União titule territórios quilombolas ainda pendentes.
"A questão do quilombo Pitanga é a realidade do estado, já deveria ter sido titulado. Lógico, que temos que contar que tivemos seis anos de abandono de uma política efetva no Brasil de titulação dessas áreas. O secretário (Marcelo Werner) colocou recentemente que tinha prendido três envolvidos no assassinato de Mãe Bernadete e, por outro lado, o processo de investigação estava muito avançado, isso mostra a preocupação do governador Jerônimo para resolver a questão", defendeu o parlamentar petista, que completou.
"O problema dos quilombolas é um problema sério que temos no Brasil. Em parceria com os governos dos estados, as organizações, tem que criar um mecanismo para titular as áreas, mas ter moradia, crédito, ou seja, aqueles e aquelas que ajudaram a construir o Brasil não podem viver na situação que estamos vivendo", fechou Valmir.