O ano de 2023 foi marcado por muito auê na política baiana. Novo governador na Bahia, novos deputados na Assembleia Legislativa (Alba) e mais um ano da gestão Bruno Kings (União Brasil) na capital. O Portal MASSA! fez um apanhado 'batenu tenu' de tudo que rolou ao longo dos 12 meses.
Governo do Estado
A Bahia ganhou um novo governador. No dia 1º de janeiro de 2023, poucas horas antes do presida Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumir o Palácio do Planalto, o governador Jerônimo Rodrigues (PT), com as benção de 4.480.464 eleitores baianos, tomou o comando do Palácio de Ondina, em cerimônia na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba).
No secretariado, Jero equilibrou entre a manutenção de quadros como Luiz Caetano (Serin), Manoel Vitório (Fazenda) e Maurício Bacelar (Turismo), e a chegada de novos nomes como Marcelo Werner (Segurança Pública), Afonso Florence (Casa Civil), Bruno Monteiro (Cultura), Tum (Agricultura) e Osni Cardoso (Desenvolvimento Rural).
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O combate ao crime organizado, sob o comando de Marcelo Werner, também foi destaque no primeiro ano. O secretário chegou a se reunir por horas com deputados estaduais da base e da oposição para apresentar números e medidas da pasta para bater de frente com a bandidagem.
Além disso, a gestão avançou no debate para a implantação das câmeras nos uniformes dos policiais militares, que deve sair do papel em 2024.
A relação com a Alba, tida como crucial para o governo correr tranquilo, rolou sem nenhum B.O cabuloso. Nos primeiros dias de gestão, Jero abocanhou Vitor Azevedo e Raimundinho da JR, ambos do PL de Jair Bolsonaro, além de atrair o apoio do Solidariedade e Podemos, partidos que caminharam com ACM Neto (União Brasil) em 2022. O governador ainda conseguiu assegurar uma parceria com os deputados do PP, sigla que havia deixado o arco de alianças no ano anterior.
A robusta bancada governista foi essencial para aprovação de projetos de reestruturação, reajustes de categorias específicas de servidores, empréstimos que chegam na casa dos R$ bilhões, e da Lei Orçamentária Anual (LOA) do próximo ano.
Na gestão, Jerônimo escolheu o Bahia Sem Fome como a cara do primeiro ano de governo. No começo, o programa ocorreu como uma campanha solidária para a arrecadação de alimentos. No segundo semestre, o petista enviou um Projeto de Lei para a Alba e conseguiu, por unanimidade, transformar a iniciativa em uma política de Estado.
Negócio da China
Jero também apostou todas as fichas na relação com os chineses. Assim, o governador petista meteu o pé para o país asiático em abril para tocar as conversas e garantir a chegada da montadora de carros elétricos BYD para a cidade de Camaçari, que durante anos abrigou a fábrica da Ford. O ato foi selado oficialmente em um evento com a presença dos bacanas da empresa.
Também parte da parceria Bahia-China, a obra da ponte Salvador Itaparica ganhou data para começar: segundo Jero, em declaração recente à imprensa, as primeiras sondagens devem acontecer a partir do dia 8 de janeiro de 2024. O processo será iniciado em águas rasas.
O governador ainda anunciou a licitação para a construção do VLT do Subúrbio, após o distrato com a Skyrail, primeira responsável pela construção do modal, além de entregar obras de grande porte, como a estação de metrô em Campinas.
Prefs de Salvador
O prefeito de Salvador, Bruno Kings (União Brasil), tocou o terceiro ano da sua gestão sem grandes sustos. Assim como o governador, o prefs conta com uma maioria absoluta na Câmara Municipal, o que foi importante para aprovar projetos para a cidade sem dor de cabeça.
A relação de Bruno com a Câmara ajudou o prefeito a aprovar projetos importantes, como o subsídio de R$ 190 milhões para as concessionárias que administram os buzus da capital baiana, já em novembro. O prefs ainda anunciou o reajuste da passagem de R$ 4,90 para R$ 5,20, garantindo que o valor não será alterado em 2024.
Bruno ainda conseguiu aprovar o orçamento da cidade para o próximo ano, além da criação do Conselho Municipal de Segurança, nas últimas sessões de 2023.
Apesar de evitar discutir as eleições municipais de 2024, Bruno já é dado como certo como candidato à reeleição. Sua atual vice, Ana Paula Matos (PDT), também deve vencer a concorrência e se manter no posto na chapa.
Bruno ainda assegurou um importante apoio, caso dispute a reeleição: o presidente da Câmara, Carlos Muniz, já anunciou que vai caminhar ao lado do prefeito no pleito do próximo ano.
"Eu tive que dar o apoio ao prefeito Bruno Reis, porque eu acho que é o melhor para a cidade", declarou Muniz na ocasião. A ida do presida da Câmara para o PSDB, partido da base de Bruno, foi vista como um sinal de que o apoio rolaria.
Além do PSDB de Muniz e do PDT de Ana Paula Matos, Bruno deve contar com apoio dos seguintes partidos para as eleições de 2024: Republicanos, PRD, PL, PP, Cidadania, PMN e DC.
Eleições 2024
Um pouco distante, a eleição municipal de Salvador já conseguiu ser pauta durante todo o ano de 2023. Além dos apoios declarados a Bruno, o grupo do governador Jerônimo Rodrigues (PT) também debateu o assunto para garantir uma unidade no bloco que governa o estado.
O Psol também se antecipou e lançou Kleber Rosa, candidato ao governo da Bahia em 2022, como postulante ao Palácio Thomé de Souza, tendo Dona Mira como vice. O Novo apresentou Luciana Buck como pré-candidata.
Princesinha problemática
O prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins (MDB), encarou um ano turbulento, com denúncias, conflitos com categorias essenciais para a cidade e um possível risco de impeachment, medida pensada pela Câmara Municipal por diversas ocasiões.
Sem moral, o prefeito não deve liderar o processo eleitoral para a escolha do seu sucessor no próximo ano. A missão, se nada mudar, vai ficar no colo de Zé Ronaldo, que já comandou a cidade por quatro ocasiões, e que deve enfrentar novamente o deputado federal Zé Neto (PT), já anunciado como pré-candidato ao executivo.
TCM dos sonhos
O Tribunal de Contas dos Municípios também rendeu um bom rebuliço. A primeira cadeira aberta no ano foi alvo de uma disputa por partidos da base governista, mas acabou afunilando entre a ex-primeira-dama Aline Peixoto, esposa do cabeça da Casa Civil de Lula (PT), Rui Costa (PT), e o ex-deputado estadual Tom Araújo.
Aline venceu sem dificuldades e assumiu a cadeira de conselheira logo em seguida.
Para a segunda vaga aberta no ano, já em dezembro, nomes como Marcelo Nilo (Republicanos), Fabrício Falcão (PCdoB), Roberto Carlos (PV) e Paulo Rangel (PT) se apresentaram para a cadeira. A decisão só deve rolar em 2024, com a volta do recesso da Assembleia Legislativa (Alba).
Dendê na Esplanada
A Bahia também chegou com régua e compasso na Esplanada dos Ministérios. Após dois mandatos como governador da Bahia, Rui Correria foi parar no coração do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assumindo o posto de ministro-chefe da Casa Civil.
Outra baiana ilustre que virou ministra foi a cantora Margareth Menezes. A artista assumiu o comando do Ministério da Cultura, recriado por Lula, no dia 1º de janeiro. A Lei Paulo Gustavo se tornou a grande marca do seu primeiro ano.
Vereadora da capital baiana, Maria Marighella também bateu no Planalto. A petista foi escolhida por 'Marga' para presidir a Fundação Nacional de Artes (Funarte).
Líder do Olodum, João Jorge também foi levado por Margareth Menezes para o governo Lula. Ele assumiu o posto de presidente da Fundação Palmares, que passou pela administração polêmica de Sérgio Camargo durante o governo Jair Bolsonaro (PL).