
A prefeita de Cansanção, Vilma Rosa de Oliveira Gomes (MDB), e seu vice, Rodrigo Pereira de Oliveira (PT), tiveram seus mandatos cassados nesta sexta-feira (23) pela Justiça Eleitoral. A decisão foi proferida pelo juiz Lucas Carvalho Sampaio, da 50ª Zona Eleitoral de Monte Santo, que apontou a prática de abuso de poder eleitoral. Além da cassação, a gestora foi declarada inelegível por oito anos.
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De acordo com a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), movida pelo partido Avante, a atual gestão contratou 2.518 servidores temporários durante o período eleitoral — prática proibida por lei.
A decisão também destacou que houve um aumento irregular no número de matrículas do Programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA), com a finalidade de ampliar o repasse de recursos federais ao município.
Segundo o juiz, a defesa da prefeita e do vice não conseguiu comprovar que esse volume de contratações temporárias era compatível com anos não eleitorais, o que evidenciou a intenção de influenciar o pleito.
E agora?
Com a cassação, o presidente da Câmara de Vereadores, Frederico Careca (MDB), assumirá interinamente o comando da prefeitura até a realização de novas eleições ou até uma decisão definitiva da Justiça.
Passado condenado
Em 2024, após sua reeleição, Vilma foi condenada a 9 anos de prisão por fraudes em licitações e por integrar uma organização criminosa entre 2011 e 2015. O objetivo do esquema era desviar verbas da Secretaria de Saúde de Cansanção.
Segundo a Controladoria Geral da União (CGU), a operação criminosa rendeu mais de R$ 26 milhões a Ranulfo Gomes, então prefeito do município e marido de Vilma. A Justiça Federal concedeu à atual prefeita o direito de recorrer da sentença em liberdade.