A Polícia Federal encontrou no celular de Mauro Cid, ex-assistente de ordens e ‘parça’ do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), um documento com instruções de como meter uma rasteira na democracia e executar um golpe de Estado.
O documento foi divulgado em um relatório da PF, de acordo com informações da revista Veja. O texto tinha o título de ‘Forças Armadas como poder moderador’. Um dos pontos destaca a nomeação de um interventor militar. Outra ação pensada na trama golpista foi o afastamento de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Leia mais
Bolsonaro discutiu suposta compra da Globo por empresário
A PF ainda descobriu uma conversa no ‘Zap’ entre Mauro Cid e o coronel Jean Lawand Júnior, gerente de ordens do Alto Comando do Exército (ACE). No papo, Lawand implora por um golpe de Estado para salvar a pele de Bolsonaro.
"Pelo amor de Deus, Cidão. Pelo amor de Deus, faz alguma coisa, cara. Convence ele a fazer. Ele não pode recuar agora. Ele não tem nada a perder. Ele vai ser preso. O presidente vai ser preso. E, pior, na Papuda, cara", apelou no áudio enviado no dia 1º de dezembro de 2022.
Cid então disse que Bolsonaro não poderia dar a ordem porque não confiava no Alto Comando do Exército (ACE).
"Mas o PR [Presidente da República] não pode dar uma ordem...se ele não confia no ACE", disparou.
A última conversa entre os dois se deu no dia 21 de dezembro, pertinho da saída de Bolsonaro do Planalto. Na ocasião, Lawand revelou estar decepcionado com a ‘arregada’ do então presidente.
"Soube agora que não vai sair nada. Decepção irmão. Entregamos o país aos bandidos", disse.
Cid, que pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF), na quinta-feira (15), para não ir na CPI dos Atos Golpistas, está preso desde o início do mês de maio, em uma investigação sobre o suposto esquema de fraude em cartões de vacina.