Com a quebra dos sigilos telemáticos de assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foram revelados encontros oficiais que não foram formalmente registrados na agenda do Palácio do Planalto. Em uma dessas reuniões, o então chefe de estado brasileiro teria conversado com o ministro Dias Tóffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), sobre uma suposta compra do Grupo Globo pelo empresário André Esteves, à época controlador do banco BTG Pactual.
Nas conversas reveladas pelo jornal Folha de S. Paulo, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, afirmou que a Globo estava falida e seria comprada por André Esteves.
Em mensagem enviada a Célio Faria, então chefe do gabinete pessoal de Bolsonaro, às 22h18 de 13 de outubro de 2021, Mauro Cid informou que o presidente estava na casa de Tóffoli e citou ainda outros nomes, como o procurador-geral da República, Augusto Aras, e André Esteves, presidente do conselho de administração e sócio sênior do BTG Pactual.
Ao contar que Esteves se encontrava na reunião, Cid foi questionado por Célio: “do BTG?”. O então ajudante de ordens confirma: “Isso… Comprar a Globo. Está falida”.
Em nota, a Globo afirmou que a emissora "desconhece a realização desse suposto encontro, mas, se existiu e se o tema foi o mencionado, tratou-se de uma fantasia: não há nem nunca houve qualquer intenção de venda do Grupo Globo, cuja saúde financeira é reconhecida pelo mercado".