O ex-vice-presidente e atual senador, General Hamilton Mourão (Republicanos-RS), confirmou que, de fato, houve uma tentativa de golpe de Estado em 2022. Porém, Mourão afirmou que foi um ato isolado e que o alarde em torno do caso foi muito maior do que realmente aconteceu.
“Uma conspiração bem tabajara, conversas de WhatsApp. Em tese, houve reuniões, mas não levaram a nenhuma ação. Na linguagem militar, nós definimos como ‘ações táticas’ tudo aquilo que há movimento. Não houve nada disso. Houve pensamento, não passou disso”, afirmou Mourão, em entrevista ao jornal O Globo.
Mourão também negou que tenha ocorrido uma reunião para afastar o então presidente Jair Bolsonaro (PL) do poder, com o objetivo de que ele assumisse a presidência. “Para mostrar mais uma vez a total desconexão dessas conversas com a realidade: eu nunca participei de nenhuma reunião. Minha agenda é pública, basta consultar. Aí, dois malucos resolvem ter uma conversa sem pé nem cabeça, e um deles cita o meu nome. Só posso dizer isso. Tanto que nem dei bola para isso”, disse Mourão.
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O senador ainda comentou sobre o esfriamento de sua relação com Bolsonaro, descrevendo o distanciamento como algo natural do cargo de vice-presidente, que, segundo ele, deve desempenhar um “papel discreto”. Mourão mencionou que o ex-presidente optou por concorrer à reeleição em 2022 ao lado do general Walter Braga Netto, que foi preso preventivamente no último sábado (14), acusado de participação no plano golpista.
Segundo Mourão, a direita precisará se unir caso tenha a intenção de derrotar o presidente Lula (PT) em futuras eleições, mas ele evitou apontar um nome para a disputa. “Neste país, tudo é possível. Vamos lembrar que, até dois anos antes da eleição, o presidente Lula também não poderia se eleger. Os nomes estão voando, e vai chegar um momento em que será necessária uma junção de forças. O que não pode é nos apresentarmos divididos”, afirmou.