
Morreu na tarde desta terça-feira (13) o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, aos 89 anos. O político, que era uma figura presente da esquerda na América Latina, foi diagnosticado em abril de 2024 com um câncer de esôfago e recebia tratamentos paliativos.
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Mujica encarava a morte com naturalidade e frequentemente fazia discursos direcionados à juventude, enfatizando sua trajetória humilde.
“Vou continuar militando com meus companheiros, fiel à minha forma de pensar, com minhas verduras e com minhas galinhas. Quero dizer às meninas e aos meninos do nosso país que a vida é linda, mas se desgasta. A questão é recomeçar a cada vez que cair e, se houver raiva, transformá-la em esperança", disse Mujica.
A notícia de sua morte abalou diversas pessoas, já que Mujica se tornou uma figura influente fora do seu país natal, principalmente por suas políticas voltadas a questões sociais e pela sua simplicidade, mesmo exercendo o cargo de presidente do Uruguai, renunciando parte do seu salário e doando R$ 1 milhão para um plano de habitação social.
Alba de luto
Deputados da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) prestaram um minuto de silêncio em homenagem a Mujica. Fabrício Falcão (PCdoB) foi quem informou a morte do ex-presidente uruguaio e enfatizou como ele foi uma das principais referências da esquerda.
“Ele, com certeza, viverá para sempre em torno daqueles que lutaram contra as tiranias na América Latina, no Brasil e no mundo. Pepe Mujica vive para sempre no coração daqueles que amam e lutam pela democracia”, disse.
Baianos prestam homenagem
O governador Jerônimo Rodrigues destacou a vida política de Mujica, que fez parte da guerrilha contra a ditadura militar no Uruguai e passou mais de 12 anos preso. O chefe do Executivo também lembrou da vida simples que Mujica levava, mesmo com todo seu prestígio conquistado por sua carreira política.
“Pepe Mujica atravessou a vida com a dignidade dos que não se rendem. Enfrentou a prisão, a solidão, o poder — e escolheu ser coerente. Nunca negociou a alma. Nunca virou as costas pro povo. Preferiu a simplicidade ao luxo, a escuta ao barulho, o cuidado à vaidade. Fez da política um gesto de ternura e compromisso. Nos ensinou que é possível governar sem deixar de ser humano“, escreveu Jerônimo em seu X, antigo Twitter.
Pepe Mujica atravessou a vida com a dignidade dos que não se rendem. Enfrentou a prisão, a solidão, o poder — e escolheu ser coerente. Nunca negociou a alma. Nunca virou as costas pro povo. pic.twitter.com/iVnwsBxLD6
— Jerônimo Rodrigues (@Jeronimoba13) May 13, 2025
O senador Jaques Wagner também foi outro que prestou homenagens a Mujica e lembrou da última passagem do uruguaio pelo Brasil. Na ocasião, Mujica esteve no Palácio do Planalto, ao lado de lideranças sindicais latino-americanas, para discutir sobre a integração da América do Sul e a cooperação entre os países sul-americanos.
Pepe Mujica esteve pela última vez no #Brasil em março de 2023. Ele participou de um encontro com @lulaoficial, no Palácio do Planalto, ao lado de lideranças sindicais latino-americanas.
— Jaques Wagner (@jaqueswagner) May 13, 2025
Tive o prazer de encontrá-lo e conversar sobre a integração da América do Sul e a… pic.twitter.com/kL6xYAjIZE
Amizade com Lula
O ex-presidente uruguaio visitou o petista na prisão e participou da campanha presidencial de 2022. O governo do Brasil emitiu uma nota lamentando a morte de Mujica.
“Grande amigo do Brasil, o ex-Presidente Mujica foi um entusiasta do MERCOSUL, da UNASUL e da CELAC, um dos principais artífices da integração da América do Sul e da América Latina e, sobretudo, um dos mais importantes humanistas de nossa época. Seu compromisso com a construção de uma ordem internacional mais justa, democrática e solidária constitui exemplo para todos e todas”, disse parte da nota.
Espera-se que Lula viaje ao Uruguai para participar do velório de Mujica, um de seus maiores aliados políticos na América Latina e a quem o petista se referia como um “grande amigo”.

Outros políticos baianos que repercutiram a morte de Mujica foram os deputados Sargento Isidório (Avante) e Lídice da Mata (PSB).