Documentos indicam que dinheiro público da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) beneficiou por duas vezes a fazenda do ministro das Comunicações Juscelino Filho (União Brasil).
De acordo com informações do jornal Folha de S.Paulo, além de dois convênios bancados com emendas de R$ 10 milhões do ministro, uma empresa apontada como sendo dele mesmo pela Polícia Federal foi abastecida.
Uma primeira emenda de quando Juscelino era deputado, no valor de R$ 2,56 milhões, bancou entre 2017 e 2019 a obra realizada pela Arco Construção, a recuperação da estrada vicinal de terra que liga o distrito São João do Grajaú ao povoado de Estirão, onde fica a sede da fazenda da família do ministro.
O segundo convênio custeou um contrato para pavimentação da via, mas ainda não foi totalmente executado. A PF encontrou mensagens entre Juscelino e o empresário Eduardo José Barros Costa, da época em que a obra era executada e afirma que há nas mensagens "cobranças reiteradas" de Juscelino pelo pagamento.
Segundo a publicação, a investigação também encontrou comprovante de transferência para a Arco no valor de R$ 63 mil, feita por um suposto laranja de Eduardo DP. O empresário é sócio oculto da empreiteira Construservice, investigada por suspeita de desvios em contratos com a Codevasf.
Em resposta à Folha, os advogados do ministro afirmaram que são "absurdas as ilações de que Juscelino tenha tido qualquer proveito pessoal com sua atividade parlamentar".