
Uma rua localizada no bairro de Fazenda Grande III, em Salvador, terá o seu nome alterado e passará a chamar-se Luiz Fernando Contreiras de Almeida, militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e vítima da ditadura militar.
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A via que receberá o tributo fica localizada no Acesso Local '02 – Quadra B', com início na Rua Vereadora Yolanda Pires e término no Caminho '16 – Quadra B'.
A homenagem foi sancionada pelo prefeito Bruno Reis (União Brasil), na última terça-feira (8), por meio do Diário Oficial do Município (DOM).
O tributo foi proposto pela ex-vereadora Maria Marighella (PT), neta do ex-deputado federal Carlos Marighella, que também foi vítima da ditadura militar.
O projeto de lei da agora presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte) foi aprovado em dezembro do ano passado, quando Marighella já havia se afastado do Legislativo para comandar a instituição, e encaminhado para redação final em fevereiro deste ano.
“A importância de homenagear Luiz Fernando Contreiras é reconhecer seu legado no processo de resistência democrática no Brasil. Contreiras deixou sua história de vida de herança para todos que lutaram e para os que ainda lutam por memória, verdade e justiça”, diz um trecho da proposta.
Quem foi Luiz Contreiras
Luiz Fernando Contreiras de Almeida nasceu na cidade de Mundo Novo, na Bahia, em 6 de junho de 1923, filho de Abílio César de Almeida e Laudelina Contreiras de Almeida. Contreiras morreu em 15 de fevereiro de 2019, em Salvador, onde viveu grande parte da sua vida junto à família.
Engenheiro civil formado em 1947 pela Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia, foi casado com a professora e ex-deputada estadual Amabilia Almeida, com quem teve três filhos.
Durante a vida, o militante, chegou a presidir o Partido Comunista Brasileiro da Bahia (PCB-BA), foi preso três vezes. A primeira aconteceu em 28 de fevereiro de 1948, aos 25 anos de idade, por organizar um comício na Praça da Sé, em comemoração do centenário do Manifesto Comunista de Marx e Engels e pela legalização do PCB, cassado pelo governo Dutra.

Já a segunda ocorreu durante a campanha 'O petróleo é nosso', em fevereiro de 1953. Aos 30 anos de idade, passou 15 dias trancafiado na Casa de Detenção, antigo Forte de Santo Antônio.
Durante a ditadura militar, Contreiras foi torturado com eletrochoques pelo coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, e sofreu uma tentativa de assassinato por parte do delegado Sérgio Fleury, num sítio chamado pelos militares de 'fazendinha'.