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Gastou sem pena - 23/01/2023, 12:16 - Anderson Orrico - Atualizado em 23/01/2023, 16:45

Jair Bolsonaro deu baque no cartão corporativo

Compras incluem filé mignon, picanha, remédios e mais de R$ 13 milhões com hotéis

Imagem ilustrativa da imagem

As notas fiscais de compras feitas com o cartão corporativo da Presidência da República, no gestão Jair Bolsonaro, mostram que o dinheiro público foi utilizado para despesas como picanha, caviar, filé mignon e camarão. Também se repetem gastos com leite condensado e nutella.

O material foi obtido pela agência de dados "Fiquem Sabendo", especializada na LAI (Lei de Acesso à Informação). Foram escaneadas cerca de 2,6 mil páginas até agora, o que representa 20% do total.

A compra de picanha aparece em pelo menos 14 notas fiscais. Em 30 de março de 2019, por exemplo, o cartão corporativo de Bolsonaro autorizou um gasto de R$ 743,26 em picanha. As notas mostram que, na maioria das vezes, era comprada mais de uma peça de carne por vez.

Em 20 de fevereiro de 2019, foi feita a compra de duas peças de filé mignon no valor total de R$ 743,90. O cartão corporativo da Presidência também foi usado para compra de medicamentos, como o Rivotril, usado para o tratamento de depressão e ansiedade, e o antidepressivo Lexapro. Antibióticos e remédios para o tratamento de úlceras gastrointestinais também aparecem entre os gastos.

Há duas semanas, as planilhas dos gastos do cartão corporativo de Bolsonaro se tornaram públicas, mas as notas fiscais, com o descritivo do que foi comprado, não estava disponível. Entre 2019 e 2022, o ex-presidente gastou R$ 27,6 milhões. Entre os ítens, estão os gastos com hospedagem, destaque em meio ao que foi comprado com o cartão.

No total, foram R$ 13,7 milhões com hotéis. Somente no Ferraretto Hotel, no Guarujá, cidade do litoral paulista, foi pago R$ 1,4 milhão. Na alimentação, outra parcela significativa nos gastos gerais do cartão — R$ 10,2 milhões —, se destacam: Os R$ 8.600 gastos em sorveterias e cerca de R$ 408 mil em peixarias. Em padarias, Bolsonaro gastou R$ 581 mil ao longo do mandato.

Como é regulamentado o uso dos cartões corporativos pelo governo federal?

O cartão deve ser utilizado para "pagamento das despesas realizadas com compra de material e prestação de serviços, nos estritos termos da legislação vigente" Segundo o Portal da Transparência, o uso do cartão não pede a obrigatoriedade de licitação, mas devem seguir "os mesmos princípios que regem a Administração Pública - legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, bem como o princípio da isonomia e da aquisição mais vantajosa" Dessa forma, não é ilegal utilizar o cartão corporativo para comprar itens de alimentação —incluindo sorvetes.

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