Nome do Psol na disputa pela Prefeitura de Salvador nas eleições de 2020, o deputado estadual Hilton Coelho abriu o jogo, em papo exclusivo com o Portal MASSA!, na terça-feira (14), sobre a posição do partido para eleição municipal de 2024 na capital baiana, e pontuou que o foco principal é o debate sobre a cidade.
Hilton pregou, após a rápida sessão da Alba, que a esquerda socialista apresente uma candidatura própria, mas deixou claro que o projeto não precisa ser encabeçado pelo Psol.
“Já iniciamos uma discussão sobre essas eleições, a ideia é que o Psol apresente um conjunto de posições sobre a cidade de Salvador, nós queremos aprofundar o processo de articulação e debate com a sociedade. A leitura do cenário político é de que dificilmente não terá um candidato da esquerda socialista”, explicou Hilton, que ainda afirmou que a candidatura não precisa ser encabeçada pelo Psol.
“Pode ser nosso, pode ser do PSTU, do PCB, da Unidade Popular, da Causa Operária. Vamos vanguardear um debate que envolva o conjunto da esquerda, mas que dificilmente não gestará sua candidatura, dado os sinais de candidaturas com o perfil conservador”, completou.
Legado de Marielle
Hilton ainda lamentou que a sessão do legislativo estadual tenha caído sem que fosse prestada sequer uma homenagem para a ex-vereadora Marielle Franco, morta no dia 14 de março de 2018.
Na data em que completa cinco anos do assassinato da política e do seu motorista, Anderson, Hilton lembrou do legado de Marielle e cobrou respostas sobre o crime de ódio.
“Lamento que a sessão tenha sido derrubada numa data tão importante para o Brasil. Eu acredito que uma referência para o mundo, porque isso que se tornou Marielle, um grande símbolo da defesa dos direitos humanos, que foi imortalizado pelo povo brasileiro […] É um momento emblemático para perguntar o que todo mundo pergunta: Quem mandou matar Marielle? Essa questão está colocada”, começou Hilton.
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“Foram quatro anos em um governo de terror, um governo de articulações, movimentações subterrâneas contra o povo brasileiro, a fome e a pandemia foram expressões disso. Durante todo esse trajeto, o povo brasileiro não deixou que essa questão calasse. Marielle não morreu, Marielle virou semente, e milhões e milhões de mulheres a referenciam não sua coragem e no seu compromisso. A Alba deixou de oferecer um espaço de discussão, mas o povo brasileiro está fazendo essa discussão”, continuou.
“Foi um caso evidente de feminicídio político, o assassinato de Marielle e do seu motorista Anderson. A sociedade não vai se calar, precisamos saber o significado da trama […] A ligação do ex-presidente, já que os executores do crime eram moradores do condomínio dele e eram ligados politicamente a esse clã dos Bolsonaro. Precisamos estar vigilantes. Marielle vive hoje e sempre”, fechou.