
Um mês e meio após as eleições de 2022, o general Braga Netto reclamou de, o então comandante do Exército, general Freire Gomes, não ter aderido a um movimento golpista para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder. Na conversa com o militar do Exército e candidato do PL, Ailton Barros, ele chama o general de 'cagão'.
Braga Netto foi ministro do governo Bolsonaro e candidato a vice do ex-presidente na chapa que perdeu as eleições. A troca de mensagens consta no material da investigação da Polícia Federal (PF), deflagrada nesta quinta-feira (8), que mira um esquema que tentou aplicar um golpe militar no país.
A PF apreendeu o passaporte de Bolsonaro, um dos alvos da operação. Braga Netto também foi alvo de buscas, mas nenhum deles foi preso. "Meu amigo, infelizmente tenho que dizer que a culpa pelo que está acontecendo e acontecerá é do Gen. Freire Gomes. Omissão e indecisão não cabem a um combatente", detalha o texto encaminhado por Braga Netto, em dezembro de 2022.
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Em resposta, Ailton diz que devem continuar insistindo com Freire Gomes. E, em caso de resistência do comandante, deveria ser "entregue aos leões". Braga Netto então dispara: "Oferece a cabeça dele. Cagão".
Confira abaixo a nota do Exército:
"O Centro de Comunicação Social do Exército informa que o Exército Brasileiro acompanha a operação deflagrada pela polícia Federal na manhã desta quinta-feira, prestando todas as informações necessárias às investigações conduzidas por aquele órgão".
