O candidato à prefeitura de Salvador, Kleber Rosa (PSOL), comentou nesta quinta-feira (19), durante sabatina ao A TARDE Eleições, sobre seu projeto de criar um aplicativo para substituir os já existentes para transportes de passageiros. Kleber afirmou que as plataformas atuais cobram um valor exorbitante e impõem uma carga horária desproporcional aos motoristas.
"Hoje, o trabalhador do Uber se sacrifica. Ele precisa trabalhar 18 horas para conseguir fechar um orçamento que valha a pena. A Uber varia seu lucro entre 25% e 30%, e, dependendo da oscilação da tarifa, pode chegar até 40% do que o trabalhador produz", avaliou Kleber.
A proposta de Kleber garante que os motoristas da plataforma municipal irão receber 95% do valor gerado pelo seu trabalho, enquanto os outros 5% serão destinados aos custos operacionais do aplicativo e para financiar a tarifa zero, projeto que visa garantir passagens gratuitas para os soteropolitanos, integrando os dois projetos.
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"A proposta da nossa plataforma é que o trabalhador fique com 95% daquilo que ele produz, e apenas 5% será destinado ao gerenciamento da própria plataforma, do aplicativo, do sistema funcional, com a participação do poder público para gerir e investir também na tarifa zero. Ou seja, esses 5% também ajudarão a financiar o sistema de transporte", garantiu o candidato.
Outro ponto do projeto é a regulamentação do serviço de motoristas por aplicativo, considerando também a situação dos taxistas, que perderam muitos clientes com a chegada dos apps de corrida.
"É importante dizer que não está em jogo banir o sistema de motoristas por aplicativo para garantir a sobrevivência dos taxistas, mas é razoável pensar que não podemos abandonar os taxistas em uma disputa muito desigual. O taxista não consegue competir com o Uber por conta do valor das corridas e outras questões, vivendo uma situação delicada. Por isso, é necessário pensar no funcionamento dessa plataforma de forma a criar condições mínimas de equilíbrio e igualdade, para que a convivência com os taxistas seja justa e todos possam trabalhar com dignidade e ter sua renda", explicou Kleber.