Em um cenário eleitoral acirrado, às vezes uma música pode ser de extrema importância para angariar votos. O jingle se caracteriza como uma composição musical breve, de fácil entendimento, que ajuda o político a se conectar com o 'povão'.
Algumas músicas são tão marcantes que ficam no imaginário do povo por décadas. É o caso de "ACM, Meu Amor", criada para a campanha de Antonio Carlos Magalhães em 1990. Até hoje, diversas pessoas se emocionam ao ouvir a canção, relembrando o 'Coronel'. (ouça)
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O sucesso foi tão grande que, em 2022, o então candidato a governador, ACM Neto (União) investiu em uma releitura da música, mas sem o mesmo impacto. No mesmo ano, Jerônimo Rodrigues foi eleito com um jingle marcante, o 'Samba do 13', uma paródia do famoso 'Samba do Polly', do Polêmico. (ouça)
Um dos precursores desse tipo de estratégia foi Jânio Quadros. Em 1960, ele redefiniu o uso dos jingles nas eleições com o sucesso "Varre, Varre, Vassourinha". Esse jingle foi um dos grandes fatores que contribuíram para a eleição do paulista à presidência do Brasil. A música enfatizava a luta contra a corrupção, com o slogan "Varre Corrupção". (ouça)
Em 2024, o candidato a prefeito de Feira de Santana, Zé Neto (PT), lançou um jingle associando a imagem do atual gestor Colbert (MDB) à do ex-prefeito Zé Ronaldo (União). A canção é uma paródia da música "Só Fé", do Grelo.
Os compositores da música, que se tornou um sucesso na cidade, foram Laís Ponce e Flávia Reis. O Portal Massa! conversou com Flávia, que comentou sobre o impacto do jingle nas eleições feirenses.
"O jingle teve grande importância porque utilizou uma música viral, que rapidamente ficou na cabeça das pessoas. Ele ajudou a lembrar os eleitores de que Zé Ronaldo e o atual prefeito, Colbert, são aliados e que, portanto, a gestão continuaria a mesma. O jingle se tornou uma forma eficaz de destacar a continuidade dos problemas existentes e reforçar essa mensagem na mente dos feirenses", afirmou.
*Sob a supervisão do editor Anderson Orrico