O candidato à prefeitura de Salvador, Giovani Damico (PCB), defendeu a participação mais ativa da sociedade no processo político. O comunista criticou o sistema atual, onde as pessoas apenas votam a cada quatro anos e depois não têm poder de debater melhorias para o cotidiano.
"Votar hoje e votar só daqui a quatro anos não é participação política. A construção cotidiana nos rumos da nossa cidade é que deve ser o nosso horizonte. É por isso que eu sempre digo: essa coisa de dizer 'ah, mas o eleitor não lembra nem em quem votou' está errada. O problema é o nosso sistema político", iniciou o candidato.
"A pessoa não lembra nem em quem votou não porque não quer, mas porque vota e depois cuida da vida: trabalha, cuida dos filhos e não é chamada a participar realmente de nada na dinâmica da nossa cidade até daqui a quatro anos. Se ela tivesse a oportunidade de participar ativamente, discutindo 'o que meu bairro precisa, como organizar uma quadra, como melhorar a dinâmica do transporte', isso poderia fazer parte do cotidiano. Certamente teríamos uma população muito mais engajada e ativa", complementou.
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O quarto sabatinado do A TARDE Eleições também argumentou sobre a descrença dos jovens na política, refletida nos altos índices de abstenção e votos em branco. Para ele, isso acontece porque muitos eleitores não veem a política como um meio de mudança, mas sim como um jogo viciado, dominado por dinastias familiares. O candidato criticou a estrutura da democracia brasileira, onde partidos como o PCB, que não recebem fundo especial de campanha nem têm acesso à propaganda gratuita em rádio e TV, são prejudicados, esvaziando o debate democrático.
"O primeiro fator que atrai o jovem para a política é a percepção de que, nas votações, o candidato eleito é sempre a abstenção e o voto em branco. Isso é surreal. Mas por que isso acontece? É uma descrença muito grande no que a política representa, na possibilidade de mudança. Um partido como o PCB fazer campanha sem fundo especial e sem fundo partidário mostra o que está sendo a democracia brasileira: vetando determinados partidos de receberem recursos para campanha, sem fundo partidário na TV e no rádio. Isso acaba esvaziando bastante a nossa democracia", argumentou o comunista.
"Esse é um ponto que a população certamente sente: a gente participa, mas parece que o jogo nunca muda. É uma coisa quase monárquica, estabelecida por avôs, netos e filhos, virando negócio de família política. Precisamos romper com essa dinâmica para chamar os jovens a acreditar que é possível mudar a nossa sociedade", avaliou Damico.
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