O candidato a prefeito de Salvador, Giovani Damico (PCB), avaliou o sistema educacional atual, abordando o abandono escolar e como isso contribui para o aumento da criminalidade.
Segundo o comunista, esse abandono está atrelado à falta de perspectiva no sistema educacional ou no futuro dos jovens após a escola. Ele afirma que o modelo necessita ser revisto para ser mais atraente e relevante.
"Eu sou professor e trabalho diretamente com essa realidade dos jovens cada vez mais abandonando a escola, por um lado, porque eles não enxergam perspectiva, seja na própria dinâmica da escola, seja no futuro ao sair dela. Então, esse é um ponto que, claro, está atrelado. A gente vai precisar rediscutir esse modelo educacional que temos, que não convida o jovem a permanecer. Mas isso também está muito relacionado à falta de horizonte, o que tem como última consequência um aumento da criminalidade", alertou Damico.
O quarto sabatinado pelo A TARDE Eleições também criticou a dependência da atual gestão, comandada pelo prefeito Bruno Reis (União), em relação ao setor privado. Segundo Damico, o sistema de oferecer incentivos para empresas privadas é perigoso. Ele também criticou o baixo investimento do setor público no desenvolvimento industrial e afirmou que é necessário destinar mais recursos para gerar empregos e renda.
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"Essa ideia que o atual prefeito Bruno Reis defende, de que vamos depender da iniciativa privada para a geração de emprego e renda, tem se mostrado falida. Essa é uma aposta que já vimos em vários momentos: 'vamos fazer algum estímulo para a iniciativa privada gerar vagas de emprego'. Em alguns contextos, pode até ajudar, mas não pode ser o único mecanismo. O poder público não pode depender da boa vontade de alguém que tenha algum insight e talvez, quem sabe, isso vire uma coisa. Parece quase um conto de fadas, como se bastasse fazer um incentivo de IPTU para alguém gostar da ideia e abrir uma vaga de emprego", criticou o candidato.
"Se analisarmos nossa taxa de investimento atual a partir da LOA (Lei Orçamentária Anual), veremos que a prefeitura de Salvador só investiu 13 mil reais diretamente no ramo industrial. Eu revi esse dado várias vezes porque parece impossível, é quase nada. Em um orçamento de 12 bilhões, o que são 13 mil reais? Nada. Não temos hoje uma perspectiva de investir no orçamento público para abrir um polo industrial em Salvador, e esse é um ponto muito importante", complementou.
Damico sugere que Salvador tem potencial para se tornar um grande polo industrial, inclusive voltado à sustentabilidade, mencionando a criação de empresas para a produção de placas de energia solar.
"Salvador vem perdendo sua potencialidade logística e vemos um conjunto enorme de galpões abandonados no Comércio. Poderíamos estar retomando uma perspectiva de industrialização na nossa cidade. Falamos muito sobre tornar Salvador uma cidade verde e sustentável, o que acho muito importante — sou um grande entusiasta. Mas como vamos fazer isso se não temos essa dinâmica industrial que traga, por exemplo, a produção de placas fotovoltaicas para Salvador? Esse é um ponto importante do nosso programa. Precisamos de um investimento da prefeitura que mobilize recursos para abrir esse fronte de industrialização", defendeu o candidato.
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