Após o primeiro turno das eleições municipais, a Bahia lidera uma estatística indigesta: é o estado com mais suspeitas de candidaturas laranjas. Segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), das 2.771 candidaturas apontadas, 236 são em cidades baianas.
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Ainda conforme o ranking, o Rio de Janeiro é o estado que aparece em segundo com 162, seguido do Amazonas com 156. São consideradas candidaturas suspeitas aquelas que receberam mais de R$ 1 mil do Fundão Eleitoral e do Fundo Partidário para cada um de seus votos, mas que tiveram menos de 100 eleitores votando.
Somando tudo, esses candidatos receberam R$ 54,7 milhões em verba pública, mas receberam somente 30.886 votos. É algo proporcional a cada um desses votos custar R$ 1.771,83 para a população que paga impostos. Das 2.771 candidaturas, todas foram para vereador e a maioria (2.087) foi de mulheres. Nenhuma acabou eleita.
Os partidos com mais casos de suspeita são o Partido Liberal (PL) com 361, Partido Social Democrático (PSD) com 321 e o Progressistas (PP) com 316. Quando se consideram os diretórios estaduais, lideram o ranking negativo o PP da Bahia (43); o PSD na Bahia (40) e no Ceará (39); e o MDB no Amazonas (34) e no Piauí (33). Normalmente, a alocação do dinheiro entre os candidatos é feita pelos diretórios municipais de cada sigla.
Segundo o jornal Estadão, autor do levantamento, o voto mais caro do proporcionalmente foi o de Rita Alves da Silva, a Ritinha (PSD). Ela foi candidata a vereadora em Eunápolis, cidade de 120 mil habitantes no sul da Bahia e recebeu R$ 60 mil do “Fundão” do partido.
Até então, Rita da Silva declarou ter gasto quase tudo (R$ 57,5 mil), mas só obteve 5 votos. Nas redes sociais dela, informadas ao TSE, não há qualquer traço de que houve de fato uma campanha. A reportagem procurou a candidata, mas não conseguiu retorno. Ao Estadão, o presidente do PSD da Bahia, o senador Otto Alencar, disse não conhecer Ritinha e afirmou que não é responsável pelo eventual mau uso dos recursos, caso tenha ocorrido.