A delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, teria sido “providencial” na prisão do ex-candidato a vice-presidente Walter Braga Netto, nesta manhã de sábado (14). De acordo com a CNN, o ex-ministro vinha pressionando possíveis delatores do plano de golpe de Estado.
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Os depoimentos de Cid detalharam a atuação de Braga Netto na trama golpista que envolveria a execução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice Geral Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ainda segundo a reportagem, os detalhes sobre a participação de Braga Netto contribuíram para que o ex-ajudante de ordens mantivesse os benefícios da sua delação premiada. Cid foi ouvido duas vezes nos últimos dois meses, nos dias 21 de novembro e 5 de dezembro. Ele teria revelado uma reunião na casa do ex-ministro para tratar da tentativa de golpe.
De acordo com a PF, Braga Netto pressionou os comandantes do Exército e da Força Aérea Brasileira (FAB) para aderirem ao plano. O general Freire Gomes, do Exército, e o tenente-brigadeiro Baptista Júnior, da FAB, foram alvos de ataques pessoais por uma milícia digital promovida pelo ex-candidato a vice de Bolsonaro.
À época, Freire Gomes e Baptista Júnior não aceitaram participar do golpe. Em depoimento à PF, o tenente-brigadeiro da FAB disse que Freire Gomes teria afirmado que prenderia Bolsonaro caso o então presidente decretasse uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para se manter na presidência.