Foi preciso aguardar a mudança do comando do Palácio do Planalto para que o cantor, compositor e autor Chico Buarque fosse liberado para receber o Prêmio Camões, em Portugal.
A cerimônia está marcada para o dia 24 de abril na sede do governo português, após quatro anos de atraso.
Tudo isso porque o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se recusou a assinar o diploma e a documentação exigida pelos portugueses. No auge da pirraça, ele chegou a dizer que tinha "até 31 de dezembro de 2026 para assinar", numa arroubo de confiança quanto à possibilidade de emplacar um segundo mandato. Não rolou.
A motivação é mais fútil possível: Chico é apoiador do Partido dos Trabalhadores (PT) e amigo pessoal do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não somente assinou os papéis como irá acompanhar a cerimônia. Que na época disse que "não ter a assinatura de Bolsonaro é vencer um segundo Prêmio Camões".
Lula vai aproveitar a agenda oficial em Portugal no dia 25 de abril, quando irá prestigiar as comemorações da Revolução dos Cravos, movimento popular que pôs fim à ditadura portuguesa em 1974.