Quem diz que "chumbo trocado não dói" com certeza nunca levou. E é isso que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) está fazendo com a Polícia Federal (PF).
A Abin vem recolhendo armas e notebooks dos agentes da Polícia Federal, além de impor restrições para a utilização de softwares internos que permitem, por exemplo, buscar dados de pessoas, dificultando muito o trabalho dos policiais.
Vale ressaltar que, no órgão de inteligência, os postos de comando são preenchidos por policiais federais, o que é um dos motivos da 'bronca' da Abin com o Governo Lula.
Nos últimos meses, a situação ficou mais tensa com a Operação Última Milha, que investiga a Abin paralela, um grupo dentro do órgão que utilizava os aparatos do sistema de inteligência para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A gota d'água foi a escolha do policial federal José Fernando Moraes Chuy para corregedor-geral da Abin. Os funcionários do órgão alegam conflitos de interesse, ainda mais por conta da Operação Última Milha, que indicou o ex-delegado da PF, Alexandre Ramagem, como uma das peças centrais do esquema da Abin paralela.
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A reclamação dos agentes da Abin contra os da PF é de que eles estão pagando um pato de algo que não têm culpa, pois quem teria feito as 'maracutaias' para ajudar Bolsonaro seriam os próprios agentes policiais que foram colocados lá pelo ex-presidente. Segundo a Abin, essas restrições estão sendo feitas para proteger o sistema de inteligência de uso indevido.
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